CGTP e UGT não aceitam medidas anunciadas por Passos - TVI

CGTP e UGT não aceitam medidas anunciadas por Passos

Dia do Trabalhador

Arménio Carlos pede aos trabalhadores e pensionistas para aderirem à concentração de dia 25, em Belém, em defesa de eleições antecipadas

Relacionados
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou esta sexta-feira que as medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro são inaceitáveis porque vão ter efeitos recessivos, vão aumentar o desemprego e os despedimentos.

«Estamos confrontados com um novo e brutal pacote de austeridade que vai aumentar o desemprego e a austeridade», disse Arménio Carlos à agência Lusa.

O sindicalista considerou que as medidas anunciadas «não resolvem nenhum problema mas, pelo contrário, vão agravar os problemas económicos do país».

Arménio Carlos criticou, nomeadamente, o aumento do horário de trabalho na função pública das 35 para as 40 horas semanais, por considerar que isto corresponde a uma redução salarial de cerca de 14%.

O líder da Intersindical acusou o Governo de fazer recair o novo pacote de austeridade sobre «as vítimas de sempre: os reformados e os trabalhadores», mas «nunca abrange a despesa parasitária, nem prevê medidas de combate à fraude e evasão fiscal».

Arménio Carlos considerou ainda que o primeiro-ministro, ao apresentar as novas medidas de austeridade e propor um consenso com os parceiros sociais em torno delas, «mostra a visão que tem do diálogo social».

«O que o primeiro-ministro está a propor é que nos sentemos à mesa das negociações e aceitemos sem discussão as medidas que anunciou, mas não aceitaremos e vamos responder mobilizado os trabalhadores e pensionistas para a concentração de dia 25, em Belém, em defesa de eleições antecipadas», apelou.

Também o secretário-geral adjunto da UGT Nobre dos Santos se mostrou «indignado» com as medidas apresentadas pelo Governo, sobretudo o aumento do horário de trabalho da função pública e da contribuição para o subsistema de saúde ADSE.

«Estamos frontalmente contra as declarações do primeiro-ministro e consideramos que o Governo teve uma falta de respeito e de ética com os parceiros sociais, uma vez que ontem [quinta-feira] houve uma reunião da Concertação Social e não foi capaz de dizer nada», disse Nobre dos Santos à Lusa.

Nobre dos Santos frisou que o aumento da contribuição para o subsistema de saúde ADSE «merece o repúdio» da UGT, sobretudo por considerar que o objetivo é apenas «o de sacar dinheiro».

«Se, por um lado, há um aspeto positivo que é o facto de o Governo não deixar cair a ADSE, por outro lado, o aumento das contribuições não é acompanhado por um aumento dos benefícios», considerou o dirigente sindical.

O responsável da UGT considerou «inaceitável» o aumento do horário de trabalho semanal dos funcionários públicos de 35 para 40 horas e «intoleráveis» as questões relativas à mobilidade especial, sobretudo agora em que vai ser limitado a 18 meses a permanência de um funcionário público nesse regime.

«Especialmente porque o Governo nunca cumpriu a parte dele relativamente à formação e à requalificação», sublinhou.

Nobre dos Santos caracterizou ainda de «inqualificáveis» as rescisões amigáveis de 30 mil efetivos que o Governo pretende levar a cabo na função pública, considerando que «deixarão a administração pública paralisada».
Continue a ler esta notícia

Relacionados