Solução para lesados do BES vai buscar dinheiro a Salgado - TVI

Solução para lesados do BES vai buscar dinheiro a Salgado

  • Redação
  • VC - Atualizada às 21:15
  • 16 jun 2016, 19:08

Proposta da equipa que inclui Banco de Portugal, CMVM, o representante do Estado, o banco mau e a Associação Indignados e Enganados do Papel Comercial do Grupo Espirito Santo está à espera da luz verde do ministro das Finanças

Já há uma solução à vista para os lesados do BES, que passará pela criação de uma espécie de "fundo de indemnização", noticia a Renascença. O arresto de bens de Ricardo Salgado e restante família - avaliados pelo Ministério Público em 1.800 milhões de euros - deverá, segundo o Observador, ajudar a pagar as indemnizações aos lesados do Banco Espírito Santo, que investiram 400 milhões de euros em papel comercial.

De acordo com a rádio Renascença, que cita fonte próxima do processo, sem a identificar, a solução poderá agradar a pelo menos 80% dos clientes que poderão ver boa parte do dinheiro recuperado, dois anos depois do colapso do Grupo Espírito Santo.

A proposta em causa não implica dinheiros públicos, indo então buscar, pelo menos parte do dinheiro, ao arresto de bens de Ricardo Salgado, em maio do ano passado.

A Lusa noticiou depois que esse fundo autónomo deverá ser financiado pelo Fundo de Resolução para comprar os créditos que os clientes lesados têm sobre as empresas do GES. Será essa, segundo apurou a agência junto de fonte envolvida nas negociações, a solução mais provável para compensar os lesados do papel comercial.

Como devem proceder os leados?

A Renascença detalha as fases: cada lesado do BES entrega os direitos jurídicos das ações colocadas em tribunal e o fundo devolve de imediato grande parte da verba que o cliente perdeu.

É, no entanto, aplicado um teto de cerca de 300 mil euros por cliente. Na prática, quem tiver investido mais do que isso terá condições mais desfavoráveis de indemnização.

E nem todos poderão recebê-la. É que quem não entrou com ações judiciais até aqui, tem apenas até 4 de agosto para o fazer, sendo que não é demais lembrar que as férias judiciais começam em meados de julho. Portanto, o tempo começa a esgotar-se e quem não avançar para o tribunal, fica fora do plano.

Como o dito fundo compensa logo o cliente, terá depois de lutar na justiça pela restituição do investimento, estimando-se que isso aconteça num período até dez anos. Se conseguir recuperar mais dinheiro do que aquele que devolveu inicialmente ao lesado, o fundo será obrigado a devolver essa quantia ao cliente.

As reuniões do grupo de trabalho criado para o efeito têm-se repetido desde março e já se previa que houvesse uma solução em junho. A proposta já foi finalizada, mas falta a luz verde do ministro das Finanças. Se for esse o caso, chegará depois a confirmação oficial. Se a tutela chumbar a proposta, terá de se encetar um plano B. 

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