Buraco de 107 milhões na dona do Montepio - TVI

Buraco de 107 milhões na dona do Montepio

  • VC
  • 14 mar 2017, 09:43

Auditora KPMG alerta que a associação Montepio Geral enfrenta um quando crítico. Só não está em falência técnica porque não se trata de uma empresa mas sim de uma instituição de solidariedade social sem fins lucrativos. Hoje há reunião do conselho geral do grupo

Há novos dados que dão conta de uma situação crítica na dona do Montepio, o grupo Montepio Geral Associação Mutualista (AMMG). Segundo noticia o jornal Público, a auditora KPMG alertou para isso mesmo e para a necessidade de capital. Só não está em falência técnica porque não se trata de uma empresa mas sim de uma instituição de solidariedade social sem fins lucrativos.

Em causa, está a certificação das contas consolidadas do exercício de 2015, nas quais a KPMG encontrou um buraco financeiro.

Um capital próprio negativo atribuível aos associados no montante de 107.529 milhares de euros [o passivo é superior ao ativo]”

Nessas contas, inclui-se um resultado negativo imputado aos mutualistas de 251.445 milhares de euros, cita ainda o diário.

A auditora recomenda que se apresente um plano para equilibrar o grupo em termos de capital e, ao mesmo tempo, garantir a continuidade da atividade das suas participadas. O caminho poderá ser o de encaixar capital por via externa ou então vendendo ativos do grupo.

Recorde-se que têm havido atrasos na publicação das contas consolidadas de 2015 do Montepio Geral-Associação Mutualista, ainda por aprovar em assembleia-geral, que não se sabe quando será.

O Expresso noticiou, no fim de semana, um relatório do Banco de Portugal sobre a supervisão feita à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) relativa ao ano de 2012, concluindo que esta apresenta “um perfil de risco de nível elevado”. A gestão é, também, alvo de críticas. 

Em reação, a CEMG garantiu que "adota melhores práticas" exigidas pelos reguladores, "seja em matéria de gestão de risco, de controlo interno ou de concessão de crédito”.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, ainda na semana passada disse que a Caixa Económica Montepio Geral “está a dar passos sérios no sentido de se transformar num pilar financeiro do terceiro setor”. A sua preocupação “não é que o acionista (a Associação Montepio Geral) tenha problemas, é assegurar que o banco não está exposto ao acionista”.

O documento noticiado hoje pelo Público vem, contudo, pressionar mais o universo Montepirio. O anexo às demonstrações financeiras do grupo Montepio, com data de 31 de Dezembro de 2015, foi distribuído na semana passada pelos 23 membros do conselho geral da AMMG.

Ora, hoje, 14 de março, há uma reunião dessa cúpula que irá precisamente debater estas contas.

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