Há seis anos que Portugal não exportava tanto bens e serviços - TVI

Há seis anos que Portugal não exportava tanto bens e serviços

  • ALM
  • 21 fev 2018, 14:06
Portugal (Reuters)

Em 2017, o país atingiu o valor mais elevado do peso das exportações no Produto Interno Bruto dos últimos 23 anos. Só o turismo, as receitas, de mais de 15 mil milhões, são produto de cerca de 20 milhões de hóspedes

Portugal está a exportar mais bens e serviços, e o turismo é rei no contributo que está a dar. Mesmo assim atrás de indústrias de capital intensivo, como a metalomecânica, máquinas, automóvel e química. O valor das exportações de bens e serviços atingiu um valor recorde em 2017, fixando-se em mais de 84 mil milhões de euros.

Segundo um comunicado do Ministério da Economia, "em 2017 as exportações de bens e serviços cresceram 11,2%, atingindo o maior crescimento homólogo dos últimos 6 anos. Aliás, o valor das exportações de bens e serviços de 2017, até novembro, já tinha ultrapassado o valor de todas as exportações de bens e serviços do ano anterior, o que acontece pela primeira vez desde 2011."

Em 2017, Portugal atingiu o valor mais elevado do peso das exportações no PIB dos últimos 23 anos (desde o início da série do INE/Eurostat em 1995).

"Portugal não só convergiu para a média da UE, diminuindo o gap existente, mas também conseguiu distanciar-se de países que tinham uma proporção similar no início do século, como é o caso de França, Itália ou Espanha", refere a nota de imprensa.

Em 2005, as exportações representavam 26,6% do PIB e em s2017 cerca de 42,5% em 2017, aumentando em 13 anos aproximadamente +15,9 p.p.. Durante este período, o peso médio das exportações do PIB da UE aumentou cerca de 10,9 p.p., atingindo nos primeiros 9 meses de 2017 o valor de 45,6%.

O desempenho das exportações em 2017 é robusto, na medida em que é sustentado tanto por exportações de bens como de serviços.

No ano passado, as exportações de bens representaram 64% do total das exportações e apresentam um conjunto diversificado de setores com taxas de crescimento acima de 10%, tais como as indústrias de máquinas (10%), plásticos (12%), produtos metálicos (16%), automóvel (16%), ou as pescas (11%), as frutas e hortícolas (21%) e as oleaginosas (25%). Nos serviços destaca-se o crescimento do turismo (20%) e também o dos transportes (14%).

Agregando os sectores verifica-se que as indústrias de capital intensivo (metalomecânica, máquinas, automóvel e química) são responsáveis por cerca de 1/3 do crescimento das exportações de bens e serviços em 2017, seguindo-se o turismo, que contribuiu com 29,1% do crescimento, e as restantes indústrias com 16,7% (onde se incluem, entre outros, o agro-alimentar e bebidas, os sectores tradicionais, como texteis e vestuário e calçado), sendo o restante crescimento explicado pelos transportes e outros serviços e pela energia. Em termos de valores absolutos, as exportações em 2017 são maioritariamente distribuídas pela indústria de capital intensivo (32%), indústrias transformadoras (28%) e turismo (18%).

"Para 2018, as empresas exportadoras de bens perspetivaram o crescimento mais elevado de exportações desde que o INE iniciou o seu Inquérito às empresas exportadores (crescimento de 5,7%, máximo dos cinco anos)", recorda a nota do ministério.

Portugal teve mais de 20 milhões de hóspedes em 2017

A atividade turística bateu todos os recordes em 2017. Não só os hóspedes – mais de 20 milhões, pela primeira vez – e as dormidas – acima de 57 milhões – atingiram números históricos como as receitas ultrapassaram pela primeira vez os 15 mil milhões de euros, subindo 19,5% face a 2016, o ritmo mais alto desde 1998, anunciou o Ministério da Economia também em comunicado.

O saldo da balança turística ultrapassou pela primeira vez os 10 mil milhões de euros.

"Esta é precisamente uma das prioridades do Governo, assumida na Estratégia Turismo 2027: crescer cada vez mais em valor. Em 2017 o ritmo de crescimento das receitas mais do que duplicou o do crescimento dos hóspedes", refere o documento do ministério tutelado por Manuel Caldeira Cabral.

Ao mesmo tempo, é cada vez mais evidente que o turismo está a alargar ao longo de todo o ano e não apenas concentrado na chamada época alta. Saliente-se que 67% das novas dormidas registadas em 2017 face a 2016 foram registadas nos meses de época baixa. O índice de sazonalidade passou de 38,7% em 2015 para 36,5% em 2017", acrescenta

A atividade turística está também a crescer em todo o território. Os maiores crescimentos em número de hóspedes registaram-se nos Açores (+16,8%), Centro (+13,2%) e Alentejo (+12,8%).

"A promoção de todas as regiões do país tem sido uma das prioridades do Governo, nomeadamente através de instrumentos como o Programa Valorizar, bem como a diversificação da oferta através do programa de captação de eventos e congressos, os Portuguese Trails, os Caminhos da Fé ou a aposta no enoturismo e gastronomia", refere ainda o comunicado.

A diversificação de mercados tem sido fundamental. Em 2017, os mercados que mais cresceram foram a China (+41%), Brasil (+39%), Polónia (+36%) e os EUA (+35%).

 

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