Salários regularizados na Fundação Ricardo Espirito Santo - TVI

Salários regularizados na Fundação Ricardo Espirito Santo

Dinheiro (Reuters)

Na sequência do colapso do seu mecenas principal, o Banco Espírito Santo instituição enfrentou dificuldades financeiras que culminaram no atraso do pagamento dos vencimentos, o que estava a acontecer desde junho

O conselho de administração da Fundação Ricardo Espírito Santo (FRESS) garantiu, esta sexta-feira, que os salários dos funcionários da instituição, que se encontravam em atraso desde junho, "estão regularizados".

Na sequência do colapso do seu mecenas principal, o Banco Espírito Santo, em 2014, a instituição enfrentou dificuldades financeiras que têm levado a atrasos do pagamento de salários, denunciados várias vezes pelos trabalhadores.

A 18 de junho, o departamento financeiro da FRESS tinha comunicado aos trabalhadores que estavam a ser desenvolvidos "todos os esforços" para a regularização do pagamento dos salários desse mês e pedia compreensão para a situação.

Contactada pela agência Lusa sobre a situação, a administradora executiva da FRESS, Conceição Amaral, respondeu que "os salários estão regularizados".

Uma parceria para dar a volta ao problema

Em maio, a FRESS assinou uma parceria nas áreas da formação e restauro de património com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), por cinco anos.

Na altura, contactada pela agência Lusa, Conceição Amaral sublinhou a importância desta parceria "para resolver os problemas financeiros a médio prazo", com a "confluência de interesses entre ambas as partes".

O acordo foi na altura anunciado no sítio da SCML, na internet, num texto que apontava como objetivos o "financiamento que garanta a continuação das atividades da FRESS".

A presidente da FRESS, no entanto, disse à Lusa que não foi definido um montante financeiro de apoio na parceria "que pressupõe um trabalho nas áreas na educação, formação e intervenção da Fundação, no restauro de património da Santa Casa".

"A SCML traz-nos uma garantia de trabalho que é muito importante, depois de a FRESS ter perdido apoios importantes", na sequência do colapso financeiro do Grupo Espírito Santo, o seu principal mecenas, em 2014.

Atualmente, a FRESS, que tem cerca de uma centena de funcionários, detém o Museu de Artes Decorativas e 18 oficinas de artes e ofícios tradicionais portugueses, que ensinam intervenção especializada no património, nas vertentes de conservação e restauro.

Tutela ainda duas escolas para ensino das Artes: a Escola Superior de Artes Decorativas e o Instituto de Artes e Ofícios.

Relativamente a outros apoios, a fundação privada recebe 200 mil euros anuais da Câmara Municipal de Lisboa, para atividades culturais e turísticas, e 140 mil do Fundo de Fomento Cultural, através do Ministério da Cultura, pelo seu interesse cultural.

Em 2014, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) - justificando que a coleção de arte da FRESS era um património relevante para o país - abriu um processo de classificação da coleção reunida por Ricardo Ribeiro Espírito Santo Silva (1900-1955), que se destacou como o maior colecionador de arte portuguesa do século XX.

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