BES/GES: a audição de João Martins Pereira em 7 pontos - TVI

BES/GES: a audição de João Martins Pereira em 7 pontos

João Filipe Martins Pereira

Ex-responsável pelo departamento de compliance do banco foi ouvido a 12 de fevereiro. Contou o que ouviu da boca do contabilista do Grupo Espírito Santo, validando a versão contada por Machado da Cruz, no Parlamento

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João Filipe Martins Pereira foi ouvido na comissão de inquérito durante cinco horas. Disse aos deputados que a versão contada pelo contabilista Francisco Machado da Cruz, sobre a ocultação de 1,3 mil milhões de passivo na Espírito Santo Internacional, não foi «questionada» por ninguém presente numa reunião, que teve lugar no final de março de 2014. O colapso do grupo e do banco aconteceu em julho desse ano.

O resumo da audição em 7 pontos:

1 - Teve conhecimento dos problemas nas contas da ESI em novembro de 2013. Explicaram-lhe que «possivelmente» podia ser um erro contabilístico ou falta de consolidação, mas não teve uma explicação concreta, nem chegou a perceber se foi uma decisão deliberada

2 - Foi convidado no mês a seguir para «ajudar» a resolver o problema e a reestruturar a holding, vindo da ESFG, onde era responsável pelo compliance [o departamento que tinha como missão fiscalizar o cumprimento de normas], em Londres, e depois de ter gerido o mesmo departamento durante 11 anos no BES

3 - O contabilista contou-lhe, num reunião no final de março de 2014, que Ricardo Salgado e outros dois membros da família Espírito Santo, e com assento no conselho superior do GES, sabiam da ocultação de dívida na ESI, mas não quais os montantes (os tais 1,3 mil milhões): José Manuel Espírito Santo e Manuel Fernando Espírito Santo

4 - Embora tenha dito que essas pessoas sabiam, para além dele próprio e do controller financeiro José Castella, o contabilista não nomeou algum responsável pela ocultação das contas:  «Não ouvi o dr. Machado da Cruz dizer A, B ou C mandou-me fazer isto»

5 - Já Ricardo Salgado transmitiu a Martins Pereira que «desconhecia» a ocultação de passivo

6 - Ouviu as versões, mas não sabe «qual é a verdade». Só que aquela que foi contada pelo contabilista «não foi questionada» na reunião em que esteve presente

7 - Apontou responsabilidades ao controlo interno e aos reguladores para a derrocada que se veio a verificar no grupo e disse que era «praticamente impossível» o BES saber da situação da ESI, estando bem abaixo na hierarquia
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