Audições da comissão de inquérito à CGD não serão já - TVI

Audições da comissão de inquérito à CGD não serão já

CGD

PS, Bloco de Esquerda e PCP inviabilizaram a pretensão do PSD, ficando as audições, à partida, para setembro

A Esquerda parlamentar chumbou a pretensão do PSD de iniciar as audições da Comissão de Inquérito à Gestão da Caixa Geral de Depósitos antes das férias parlamentares, segundo apurou a TVI.

O PSD pretendia ouvir nas próximas semanas o ministro das Finanças, Mário Centeno, o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa e o presidente demissionário da Caixa, José de Matos.

O PS, Bloco de Esquerda e PCP inviabilizaram a pretensão, podendo ficar as audições para próxima sessão legislativa, ou seja, setembro.

PSD pede conferência de líderes extraordinária

O PSD vai recorrer para a conferência de líderes da decisão da comissão de inquérito à CGD, que rejeitou por maioria um requerimento potestativo dos sociais-democratas para realizar três audições nos próximos 15 dias.

Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Soares anunciou que irá requerer uma conferência de líderes extraordinária que espera que se realize durante o dia desta quinta-feira, "se possível no final do plenário".

"O PSD exerceu um direito potestativo para a audição do ministro das Finanças, do presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e do governador do Banco de Portugal. Nesse requerimento, que apresentámos de forma oral, requeremos que a audição fosse feita no prazo de 15 dias que é um prazo absolutamente razoável", descreveu o deputado.

No entender do PSD, os direitos potestativos de um grupo parlamentar "são direitos que impõem também as condições do exercício desse direito" o que suporia que as audições fossem realizadas no prazo indicado pelos sociais-democratas.

"Espero que a conferência de líderes delibere que o direito potestativo que o PSD exerceu hoje na comissão de inquérito possa ocorrer no prazo de 15 dias porque é essa a tradição e é isso que é o cumprimento da lei", disse, sublinhando que foi também esse o entendimento do presidente da comissão parlamentar, o deputado social-democrata Matos Correia.

"O que aconteceu na comissão de inquérito é demasiado grave", considerou, afirmando que "está em causa o normal funcionamento da Assembleia da República".

"Nós já sabíamos que os partidos que suportam o governo não quiseram as auditorias externas e independentes à CGD. Hoje ficamos a perceber que os partidos que suportam a maioria não querem que esta comissão decorra na normalidade, que se descubra a verdade", considerou.

De acordo com o semanário Expresso, na reunião desta quinta-feira, o deputado do PCP Miguel Tiago argumentou que a pretensão do PSD faria com que as audições requeridas pudessem ocorrer "antes de os partidos receberem a documentação exigida". O que no entender da esquerda, limitaria a eficácia das audições.

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