BCP dispara 18% com ajuste do aumento de capital - TVI

BCP dispara 18% com ajuste do aumento de capital

Nuno Amado

Apesar disso, ações valem agora muito menos do que na última sessão. Perceba porquê. Já para quem investe no BPI, importa saber que a OPA lançada pelo CaixaBank já está a decorrer. E, lá por fora, as atenções estão viradas para o Reino Unido

Depois de terem fechado a cair, na segunda-feira, mais de 7,5% para cerca de 80 cêntimos, as ações do BCP estão a disparar esta terça-feira. A escalada, de 18%, surge graças a um ajuste técnico. É que, a partir de hoje, as ações compradas já não conferem o direito aos investidores de participar no aumento de capital anunciado há uma semana. 

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Desde o anúncio do aumento de capital de 1.332 milhões de euros que os títulos afundaram 23%, acusando uma perda de capitalização de 225 milhões de euros. Agora, com o disparo de 18% e ajuste do valor, cada ação do banco de Nuno Amado segue a valer pouco mais do que 16 cêntimos.

O prazo da oferta, no âmbito do aumento de capital, começa daqui a dois dias, quinta-feira, 19 de janeiro, e decorre até 2 de fevereiro. A transação de direitos ocorrerá entre os dias 19 e 30 de janeiro. As ordens de subscrição poderão ser revogadas até ao dia 30 de janeiro.

O BCP pretende voltar a pagar dividendos em 2018. O banco precisa deste aumento de capital para pagar o empréstimo ao Estado, os denominados Cocos, no montante de 750 milhões de euros.

OPA do BPI a decorrer

Quem investe no BPI também tem notícias para acompanhar. O regulador anunciou ontem à noite que registou a oferta pública de aquisição do CaixaBank, que já é o maior acionista. A OPA decorre de hoje, 17 de janeiro, até 7 de fevereiro. 

O CaixaBank paga 1,134 euros por ação. Numa primeira reação, as ações estão a subir 0,7% para pouco acima disso (1,1136€). 

O preço oferecido pelo CaixaBank não regista o agrado de todos os acionistas. A associação de pequenos investidores (ATM)  já tinha dito estar a preparar várias ações judiciais caso não houvesse uma subida, sendo que uma das ações seria contra o próprio Conselho de Administração do banco. A ATM queria um preço que reflitisse, para todos os acionistas, a cedência do controlo do Banco Fomento Angola (BFA) a Isabel dos Santos.

O espanhol CaixaBank estima que, após concretizar a OPA sobre o BPI - e segundo os analistas contactados pela Reuters a mesma deverá ter sucesso - o banco português espera conseguir reduzir custos anuais até 84 milhões de euros, sendo que mais de metade virá de poupanças com trabalhadores.

Apesar das subidas da banca e, também, do setor da energia em Lisboa, o PSI20 tem estado a oscilar neste arranque de sessão entre ganhos e perdas. Há pouco estava praticamente na linha de água, valorizando apenas 0,02%. 

Lá por fora, atenções viradas para o Reino Unido. É hoje que a primeira-ministra detalha a estratégia do Governo para negociar o Brexit. A imprensa britância já avançou partes do discurso que terá 12 prioridades. Theresa May não quer que o país fique "meio dentro, meio fora" da União Europa. Ao que tudo indica, vem mesmo aí uma saída dura, com o país a deixar o mercado único da UE. Mas o Governo quer fazer trocas comerciais “da forma mais livre possível”.

A libra continua perto de mínimos de três meses face ao dólar. Já a praça londrina, o FTSE 100, recua mais de 0,3% esta manhã à espera do discurso da primeira-ministra. As restantes bolsas europeias acompanham o sentimento.

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