Mais horas de trabalho? CGTP promove semana de luta - TVI

Mais horas de trabalho? CGTP promove semana de luta

Carvalho da Silva

Carvalho da Silva diz que situação actual obriga a estar mobilizado e a fazer intervenção forte

Relacionados
A CGTP inicia esta segunda-feira uma semana de luta contra o aumento do horário de trabalho e em defesa do emprego, com iniciativas em todo o país, prometendo «sinais muito fortes» contra a posição do Governo.

«Estamos num mês em que os nossos valores culturais têm grande significado, um mês em que se planeia o futuro, em que se fazem projectos de vida para o ano seguinte e os projectos que os portugueses podem fazer estão muito limitados», avançou à Lusa o secretário-geral da CGTP-IN.

De acordo com Carvalho da Silva, «a situação actual obriga a estar mobilizado e a fazer uma intervenção forte», adiantando que a semana de luta, que decorre até dia 17, pretende «dar sinais muito fortes, por exemplo, em relação ao alargamento do horário de trabalho».

O Governo aprovou na passada quarta-feira, em conselho de ministros, uma proposta de lei que «estabelece um aumento excepcional e temporário dos períodos normais de trabalho de trinta minutos ou de duas horas e trinta minutos por semana», uma medida que «é aplicável durante a vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal».

No mesmo dia, a CGTP-IN considerou a decisão do Governo «uma declaração de guerra aos trabalhadores que não ficará sem resposta», prometendo desenvolver «todas as acções de luta necessárias, desde logo a partir dos locais de trabalho, contra o aumento do horário de trabalho e o trabalho gratuito».

Governo tem posição de «ilegalidade»

A estrutura sindical classificou a aprovação da proposta de lei como «uma posição de má fé do Governo», que «diz-se defensor da negociação, mas quer impor, unilateralmente, a revogação de uma matéria que foi negociada e acordada, livremente, entre as partes sindical e patronal, no âmbito da negociação da contratação colectiva».

«Vamos dizer claramente que, perante a dimensão de ilegalidade da posição do Governo, todos os actos que os trabalhadores possam vir a desencadear são utilizáveis», declarou.

A semana arranca hoje com a entrega da petição pela defesa do Poder Local Democrático, contra a redução de autarquias e de trabalhadores, na Assembleia da República, assinalando o 35.º aniversário das primeiras eleições autárquicas realizadas em Portugal após o 25 de Abril de 1974.

Ainda hoje, a CGTP-IN promove uma tribuna pública, com trabalhadores da empresa «Bonvida», em processo de insolvência, promovida pela União dos Sindicatos de Leiria, às 10h30, junto à Câmara Municipal da Batalha.

Na terça-feira, o protesto prossegue em Guimarães, que, segundo Carvalho da Silva, «é um espaço geográfico com muito significado na luta dos trabalhadores pelo horário de trabalho ao longo de todo o século XX», e, por isso, com grande simbolismo no contexto actual, considerando as alterações aprovadas «um retrocesso ao século XIX».
Continue a ler esta notícia

Relacionados

Mais Vistos

EM DESTAQUE