Concorrência acusa Meo e Nowo de cartel nas comunicações móveis - TVI

Concorrência acusa Meo e Nowo de cartel nas comunicações móveis

  • AG
  • 20 dez 2019, 17:33
Telemóvel (Reuters)

Nota da autoridade garante que deste cartel "resultaram aumentos de preços e redução da qualidade dos serviços prestados"

A Autoridade da Concorrência (AdC) acusou as operadoras Meo e Nowo de formarem um cartel “de repartição de mercado e fixação dos preços dos serviços de comunicações móveis”, anunciou esta sexta-feira a entidade em comunicado.

A AdC acusou a Meo – Serviços de Comunicações e Multimédia, S.A. e a Nowo – Communications, S.A. de terem constituído um cartel de repartição de mercado e fixação dos preços dos serviços de comunicações móveis, vendidos isoladamente ou em conjunto com serviços de comunicações fixas”, lê-se no comunicado.

A AdC garante que deste cartel “resultaram aumentos de preços e a redução da qualidade dos serviços prestados, bem como restrições na disponibilização geográfica dos serviços, que penalizaram os consumidores em todo o território nacional”.

A Concorrência estabeleceu, durante a investigação, que estas práticas tiveram “a duração de, pelo menos, um ano (entre 2017 e 2018), tendo sido implementada através de contactos regulares entre as empresas e de uma monitorização dos termos do acordo”, lê-se na mesma nota.

A AdC abriu este processo em novembro de 2018, depois de uma denúncia no âmbito do programa de clemência da entidade, que prevê um regime especial de dispensa ou redução de coima em processos de cartel.

A primeira empresa a denunciar pode beneficiar desta clemência da AdC.

Em novembro e dezembro desse ano, a AdC realizou diligências de busca e apreensão nas instalações das empresas visadas”, revelou a entidade.

A AdC recordou ainda que “a lei da Concorrência proíbe expressamente acordos entre empresas que restrinjam de forma significativa a concorrência, no todo ou em parte do mercado nacional, reduzindo o bem-estar dos consumidores e/ou empresas”.

Ainda assim, de acordo com o regulador, “a adoção de uma nota de ilicitude não determina o resultado final da investigação”, sendo agora dada a “oportunidade às empresas visadas de exercerem o seu direito de audição e defesa em relação ao ilícito que lhes é imputado e à sanção ou sanções em que poderão incorrer”.

Em 21 de dezembro de 2018, a AdC deu conta da realização de buscas e apreensão em cinco localizações de quatro empresas de telecomunicações por "suspeitas de práticas anticoncorrenciais lesivas da liberdade de escolha do consumidor".

 

Altice convicta da “inocência” perante acusação da Concorrência à Meo e Nowo

A Altice Portugal assegurou esta sexta-feira estar convicta da sua inocência face à acusação da Autoridade da Concorrência à Meo e Nowo de formarem um cartel e reiterou estar disponível para colaborar no apuramento da verdade “até à última instância”.

Conotamo-lo como um procedimento normal no âmbito de um processo já há muito do conhecimento público, sendo que, convictos da nossa inocência, reiteramos toda a nossa disponibilidade e colaboração no apuramento até à última instância da verdade, pois só essa nos interessa. Assim, a Altice Portugal refutará tudo o que não for nesse caminho”, garantiu, em comunicado, a empresa.

A dona da Meo acrescentou que, no decurso da decisão de inquérito, a sua pronúncia “será fulcral”, pelo que, a mesma, “no devido tempo”, será remetida à Autoridade da Concorrência (AdC).

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