Troika: Portugal está no bom caminho, mas há desafios - TVI

Troika: Portugal está no bom caminho, mas há desafios

Metas do défice são «exequíveis», desde que perspetivas económicas não venham a ser revistas em baixa

A troika dispensou a habitual conferência de imprensa a seguir aos resultados da avaliação feita ao cumprimento do programa português. Soube-se pelo ministro das Finanças que Portugal passou no terceiro teste, mas entretanto FMI, BCE e Comissão Europeia jám emitiram um comunicado conjunto a dizer que o programa está «no bom caminho». No entanto, «subsistem alguns desafios».

«As políticas estão, em geral, a ser executadas como planeado e o ajustamento económico está em curso. A importante correcção orçamental em 2011 e o orçamento rigoroso para 2012, designadamente, reforçaram a credibilidade da estratégia de consolidação orçamental de Portugal, de impacto imediato».

No entanto, «a economia portuguesa continuará a enfrentar dificuldades», com a procura interna a «sofrer ajustamentos e o desemprego e as falências a aumentar».

Objectivos do défice são exequíveis, desde que...

FMI, BCE e Comissão Europeia dizem que a meta estabelecida para o défice orçamental do próximo ano, que é de 4,5%, é «exequível», mas «desde que não se venha a concretizar uma revisão em baixa das perspetivas económicas».

Para minimizar os riscos, «o Governo terá de reforçar as medidas para evitar a acumulação de pagamentos em atraso», entre outras componentes.

Lê-se ainda no comunicado que «as reformas do sector financeiro e os esforços de desalavancagem estão a avançar» e que, ao mesmo tempo, «estão a ser tomadas medidas para assegurar as necessidades de crédito das empresas com boas perspectivas de crescimento».

Mas, frisam os técnicos da troika, a evolução da situação na banca será «objeto de análise atenta». Tudo para «assegurar que a inevitável desalavancagem» não se traduza na falta de dinheiro para emprestar às empresas.

Quanto às reformas para aumentar a competitividade, os senhores do resgate internacional elogiam o acordo de concertação social e dizem que «o crescimento e o emprego têm também vindo a registar progressos, apesar de muitas delas continuarem a aguardar uma implementação integral».



Outros desafios prendem-se com a necessidade de «esforços adicionais para recuperar o atraso de Portugal em matéria de reforma estrutural dos setores dos serviços de rede e serviços protegidos». Em causa está sobretudo a necessidade de intensificar os «esforços de reforma» no setor da energia, em particular da eletricidade.

Os técnicos do resgate escrevem também que «além disso, desde que as autoridades continuem a apostar numa execução rigorosa do programa, os estados-membros da zona euro declararam que estão prontos a apoiar Portugal até que o país consiga regressar ao mercado».
Continue a ler esta notícia