Em comunicado, a transportadora aérea portuguesa alega que, durante os dez dias de greve dos pilotos do grupo TAP, providenciou em média 70% dos voos diários.
Contrariando estes números, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, que convocou a paralisação, apontou o cancelamento, em média, de cerca de 50% dos voos "originalmente planeados", lê-se numa nota enviada às redações.
"Em termos de balanço, o SPAC apurou que, em média, ao longo destes dez dias de greve, foram cancelados cerca de 50% de todos os voos originalmente planeados e aderiram à greve 85% dos pilotos associados do SPAC"
Este domingo, último dia da greve, a TAP cancelou 88 voos e operou 186 até às 18:30. "Este nível de operação permite atingir os cerca de 70% que tem sido um pouco o padrão de operação que a TAP tem conseguido assegurar", sublinhou à Lusa porta-voz da transportadora aérea portuguesa André Serpa.
O quadro da TAP lembrou que a greve ainda está em curso e termina às 23:59 de hoje, pelo que a companhia está "focada e concentrada" em cuidar dos passageiros afetados, e um balanço final global e detalhado sobre a greve será feito somente nos próximos dias.
A greve na TAP e Portugália decorre desde o dia 1 de maio. Os pilotos e o SPAC, enaltece o sindicato, "demonstraram a sua resiliência" no cumprimento da greve.
Os pilotos convocaram a greve por considerarem que o Governo não está a cumprir o acordo assinado em dezembro de 2014, nem um outro, estabelecido em 1999, que lhes dava direito a uma participação de até 20% no capital da empresa no âmbito da privatização.
No Jornal das 8 da TVI, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, no braço-de-ferro destes 10 dias, "quem ganhou" foi o Governo e "quem perdeu e foi suicida" foi o sindicato dos pilotos.
A empresa promete retomar, a partir de segunda-feira, os voos conforme o programa de ligações do dia, assegurando a normalização de "algumas situações resultantes da greve".
O sindicato estima que a greve tenha causado um prejuízo de 30 milhões ao Estado. O Governo aponta para um impacto de 35 milhões.
A TAP também tem sido notícia por causa dos interessados na privatização. Há três empresas com capitais de risco assinaram um acordo de confidencialidade com o governo para acederem a informação sobre a transportadora. Para além da Apollo e da Greybull, também a Cerberus está na corrida.
A par destas três empresas, outros quatro investidores assinaram o acordo de confidencialidade com o Governo para acederem a informação sobre a TAP.