As ações do banco italiano Monte dei Paschi di Siena (MPS), considerado o mais antigo do mundo, caíram hoje 10% na bolsa de Milão, em Itália, após ser noticiado que o Banco Central Europeu (BCE) negou prolongar o prazo para o aumento de capital da instituição, noticia o Financial Times. Uma decisão que deixa a Itália pouca margem de manobra para evitar o resgate e travar prejuízos aos credores.
O MPS pediu à supervisão do BCE mais cinco semanas para conseguir uma injeção de capital de 5 mil milhões de euros, numa instituição que se apresentava com a pior saúde da banca, a nível europeu, este verão e já tinha "queimado" cerca de 8 mil milhões de euros em capital próprio nos últimos quatro anos.
Banqueiros e políticos queriam, a todo o custo, evitar perdas aos detentores de dívida, conforme exigido pelas novas regras da União Europeia sobre resgates governamentais. Mas o BCE temia que se os problemas do MPS fossem deixados sem solução, poderia levar a uma crise sistémica em toda a banca em Itália, de acordo com fontes citadas pelo Financial Times.
A direção do Mecanismo Único de Supervisão, a unidade do BCE responsável pela regulação bancária, tomou a decisão de rejeitar o pedido da MPS numa reunião esta sexta-feira, diz o mesmo jornal.
O BCE e o Tesouro italiano recusaram comentar. A decisão foi divulgada pela Reuters, inicialmente. E as ações da MPS, o terceiro maior banco da Itália por ativos, foram suspensas na negociação à tarde e fecharam a perder mais de 10% na negociação em Milão.