​Brasil adere ao Banco Asiático de Investimento - TVI

​Brasil adere ao Banco Asiático de Investimento

Dilma Rousseff (Lusa/Mário Cruz)

Mais quatro países anunciaram, este fim de semana a adesão à nova instituição. Já são 42 os membros fundadores

Mais quatro países, entre os quais o Brasil, anunciaram no fim de semana a adesão ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas proposto pela China, elevando para 42 o número de fundadores da nova instituição financeira internacional.

Das grandes economias mundiais, apenas os Estados Unidos, Japão e Canada ainda não declararam a sua intenção de integrar o AIIB, assinalou o jornal China Daily.

Numa conversa telefónica com o homologo chinês, o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Mauro Vieira, disse que «o Brasil quer ser membro fundador do AIIB» e «desempenhar o seu papel na cena financeira internacional», referiu a Rádio Internacional da China.

A China saudou a decisão do Brasil, que «aumenta a diversidade» do novo banco e evidencia «a relação estratégica entre os dois países», indicou a mesma fonte, citando o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.

Dinamarca, Holanda e Rússia também anunciaram a adesão ao AIIB no domingo, um dia depois de a Coreia do Sul, Turquia e Geórgia terem feito o mesmo.

Lançado em outubro passado em Pequim por 21 países, todos asiáticos, o AIIB foi visto por analistas ocidentais como um desafio à atual ordem financeira internacional, dominada pelos Estados Unidos e a Europa, e uma tentativa de criar um alternativa chinesa ao FMI e ao Banco Mundial.

No último mês, seis países europeus (Alemanha, França, Itália, Luxemburgo, Reino Unido e Suíça) manifestaram-se interessados em aderir ao AIIB.

Até domingo passado, 42 países já tinham aderido ou pedido para aderir ao AIIB como membros fundadores, anunciou o ministério das Finanças chinês.

«Os Estados Unidos estão a ficar cada vez mais isolados e deviam rever a sua postura sobre esta questão», afirmou um académico britânico, Martin Jacques, num debate em Hainan, sul da China.

O novo banco, que será formalmente estabelecido este ano, com sede na capital chinesa e um capital inicial de 50.000 milhões de dólares, visa «mobilizar fundos para preencher o atraso da Asia-Pacifico na área das infraestruturas».

Estatísticas citadas na imprensa chinesa indicam que nesta década, a Ásia-Pacífico precisará de investir 8.000.000.000.000 de dólares (8 biliões) para melhorar as suas infraestruturas.

O AIIB «é uma iniciativa aberta à participação de todos os países» e irá «promover a complementaridade e coordenação com outras instituições financeiras multinacionais como o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB) e o Banco Mundial», disse o Presidente chinês, Xi Jinping.

Segundo um editorial publicado na semana passada por um jornal do Partido Comunista Chinês, «o AIIB não irá competir com o Banco Mundial ou o FMI, nem irá subverter a atual ordem internacional».

«O espírito do AIIB é diversidade e justiça. As relações internacionais estão a entrar num era de democracia. Isso significa que a busca da hegemonia, por parte de uma potência atual ou de uma potência em ascensão, é um caminho errado», proclamou o editorial.

Bangladesh, Birmânia, Brunei, Cambodja, Cazaquistão, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Kuwait, Laos, Malásia, Mongólia, Nepal, Omã, Paquistão, Qatar, Singapura, Sri Lanka, Tailândia, Uzbequistão e Vietname foram os primeiros proponentes do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas.
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