A agência de notação Fitch alertou que a fraca qualidade dos ativos dos bancos portugueses é uma grande fragilidade que deixa o sector vulnerável aos riscos que pairam sobre a recuperação económica do país.
Um ambiente operacional fraco torna difícil para os bancos portugueses fortalecer o capital, apresentar lucros adequados e melhorar o capital através da retenção de resultados", afirma a Fitch, numa nota.
A qualidade dos ativos é uma grande fragilidade para o sector bancário e, na nossa opinião, torna os bancos vulneráveis a riscos descendentes sobre a muito endividada economia portuguesa", acrescenta
A agência de notação prevê que a economia cresça 1,2% em 2016 e 1,4% em 2017.
A posição de capital do Millennium bcp está vulnerável e isto pesa no seu rating. As discussões com a Fosun para injetar novo capital no banco poderão providenciar algum alívio", acredita a Fitch.
E refere ainda que o Santander Totta tem a melhor posição de capital enquanto a maioria dos outros bancos está sob pressão para melhorar a posição de capital.
A Caixa Geral de Depósitos e o BCP estão no processo de reforçar capital e o Montepio está a executar um plano de desinvestimento.
Uma melhoria material da qualidade dos ativos vai depender em grande parte de desenvolvimentos económicos positivos em Portugal e de uma recuperação dos preços do imobiliário, nenhum dos quais parece promissor", vinca a Fitch.
O regulador português define "crédito em risco" como as exposições a crédito vencido há 90 dias ou mais. De acordo com os critérios do Banco de Portugal, a exposição a crédito em risco da banca ascendeu a 12,2% da exposição total a risco no final de Março de 2016, mas, segundo a definição mais exigente da European Banking Authority, a exposição dos seis maiores bancos chegou a 19% da exposição total, sublinha ainda a Fitch.