"O Governo preferia uma outra alternativa, mas por restrições legais não foi implementada", afirmou Mário Centeno, especificando que essa opção passava pela recapitalização do Banif e pela sua integração na CGD.
O impedimento para a concretização desta hipótese resultou das "restrições relativas às ajudas de Estado em curso no Banif e na CGD", explicou o governante.
Ambos os bancos receberam ajudas estatais em 2013 (através de instrumentos híbridos de capital) e as regras de Bruxelas impedem novas ajudas antes de terem sido devolvidos os montantes em causa.
Além disso, no âmbito do auxílio estatal que a CGD recebeu, ficou proibida de realizar aquisições, pelo que não podia absorver o Banif sem que antes se desse "o levantamento da restrição de aquisição imposta" por Bruxelas, sublinhou Centeno.
Segundo o ministro, "esta opção tinha sido viável em 2012, antes da ajuda de Estado" que foi feita em 2013.
O ministro das Finanças realçou ainda que o executivo socialista teve apenas três semanas para tratar da situação do Banif, criticando que o governo de Passos Coelho tenha deixado passar três anos sem resolver o problema.
"Este Governo fez em três semanas o que o governo anterior não fez em três anos", lançou o governante.
Centeno disse que havia grande "urgência" em resolver a situação do Banif, que sofria cada vez maior "pressão sobre os rácios de capital".
O ministro vincou que "desde finais de 2012 que a Comissão Europeia mostrava dúvidas sobre a viabilidade do Banif".
E destacou: "O Banif ia numa rota de liquidação. Desde logo, com prejuízos assinaláveis para o emprego dos seus trabalhadores, para os contribuintes e para as economias dos Açores e da Madeira".
Mário Centeno falava aos deputados durante a sua audição na Comissão de Orçamento, devido ao Orçamento Retificativo apresentado pelo Governo para acomodar os custos relacionados com a medida de resolução aplicada ao Banif no último fim de semana.