"Novo Banco? Não sabemos, não há processo neste momento. No momento próprio participamos no processo e na última ronda decidimos não fazer uma oferta. Se o processo voltar a abrir, então olharemos para ele. A ver se num novo processo do Novo Banco, pode funcionar ou não [para o Santander]", disse José António Alvaréz.
Questionado sobre se o Santander - que em Portugal detém o Santander Totta - admite reforçar ou reduzir a operação no país, o responsável recordou que o banco espanhol está "muito contente com a operação de Portugal", onde tem "ganho quota".
A venda do Novo Banco foi cancelada a 15 de setembro. De acordo com o que a TVI apurou, vai ser aberto um segundo concurso, com regras mais flexíveis: deixa de ser obrigatória a venda a 100% e a instituição pode ser vendida a mais do que um investidor.
O banco espanhol já tinha entregado uma proposta de compra no primeiro concurso, mas acabou por desistir da corrida. A «atratividade da oferta financeira», leia-se, o melhor preço, era o principal critério de escolha entre as propostas que foram apresentadas para a compra da instituição agora liderada por Eduardo Stock da Cunha.
A 3 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
Santander lucra mais 61% em Portugal
O lucro do Santander em Portugal atingiu os 181 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 61% em relação ao mesmo período do ano anterior. Portugal representa apenas 3% do negócio.Em Portugal temos um banco [Santander Totta] que é o melhor do sistema a ganhar quota de mercado. Estamos a produzir muito mais do que a quota de crescimento inscrita no nosso balanço. Estamos a crescer em empresas e em particulares", disse o administrador financeiro do grupo espanhol, José García Cantera.
No total, os lucros do banco espanhol aumentaram 17,1% para 5,1 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.