«As conclusões apontam para a existência de indícios de violação do ring fencing com materialidade muito expressiva. Estas violações terão tido origem numa intenção deliberada de alguns membros do conselho de administração do BES. Acresce a existência de fortes indícios de práticas» suscetíveis de serem enquadradas num quadro de situação «dolosa»
Assinalando, «para que não haja confusões», que a realização da auditoria forense foi determinada ainda antes da medida de resolução, Carlos Costa responde desta forma a Ricardo Salgado, que o acusou de «manifesta falta de isenção», na semana passada, quando foi ouvido pela segunda-feira.
Esta terça-feira, o governador do Banco de Portugal fez também questão de enfatizar, logo na sua intervenção inicial, que durou quase uma hora, que a auditoria está a ser conduzida «por uma entidade independente, neste caso a Deloitte» e que está praticamente terminada. «Os sumários em dois blocos foram já disponibilizados a esta comissão», recordou.
«Hoje são muito claros os indícios de descapitalização e falhas no modelo de governo do BES. A auditoria forense foi decisiva para a descoberta do que esteve na origem do colapso do GES e do BES»
Quanto às fases de investigação das averiguações em curso no decorrer da auditoria forense ao BES, «existe a expectativa de as respetivas fases de investigação serem concluídas, progressivamente, em 2015 e início de 2016», indicou ainda.
«No caso de se confirmarem os indícios que determinaram a abertura dos processos, serão deduzidas as respetivas acusações contra os responsáveis»
Carlos Costa fez ainda questão de frisar, por outro lado, que o BdP tem, «desde a primeira hora», colaborado «ativamente» com esta comissão, «com a vastíssima informação» fornecida aos deputados.