​BdP: reforma dos ex-administradores do BES ficam no banco mau - TVI

​BdP: reforma dos ex-administradores do BES ficam no banco mau

Ricardo Salgado [Reuters]

Decisão foi tomada pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal a 11 de fevereiro e implica uma adequação dos registos contabilísticos quer do Novo Banco, quer do BES, datados de 31 de dezembro de 2014

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O Banco de Portugal decidiu que as pensões de reforma dos ex-administradores do Banco Espírito Santo, entre os quais Ricardo Salgado, são da responsabilidade do 'bad bank' (banco mau) resultante da intervenção do supervisor na entidade.

A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal a 11 de fevereiro e implica uma adequação dos registos contabilísticos quer do Novo Banco, quer do BES, datados de 31 de dezembro de 2014.
Hoje, no âmbito da apresentação das contas do Novo Banco entre agosto (data da sua criação e dezembro), a questão sobre quem tem que pagar as reformas dos antigos gestores do BES foi levantada.

Isto, depois de o presidente do Novo Banco ter revelado que os custos com pessoal da entidade rondaram os 191 milhões de euros, um valor onde se incluem 22 milhões de euros com a reforma antecipada de 53 colaboradores.

Questionado sobre se as verbas referentes às reformas dos ex-gestores do BES estavam contempladas neste montante, Stock da Cunha disse que não: «Tanto quanto sei, essa situação diz respeito ao BES, já que é anterior a 03 de agosto».

Contudo, dentro dos 22 milhões de euros já estavam contemplados os montantes devidos pelas reformas dos ex-administradores, conforme especificou à agência Lusa fonte oficial do Novo Banco, realçando, porém, que esta é uma situação que vai ser revertida.

Ou seja, apesar de constarem nas responsabilidades do Novo Banco, na contabilidade referente a dezembro de 2014, como o Banco de Portugal decidiu a 11 de fevereiro passar essas responsabilidades para a alçada do BES (banco mau), ambas as instituições vão ter que adequar os seus registos contabilísticos a esta deliberação do supervisor.

«O impacto da decisão de 11 de fevereiro de 2015 do Banco de Portugal não está ainda refletido no balanço do Grupo Novo Banco encontrando-se em curso os trabalhos para a sua adequada execução», lê-se no comunicado de imprensa do Novo Banco, acrescentando que «a esta data, o balanço [do Novo Banco] inclui as responsabilidades para com pensões e respetivos ativos associados relativos à totalidade dos planos de pensões».

Em agosto, o Banco de Portugal decidiu aplicar uma medida de resolução no então Banco Espírito Santo, dividindo a entidade em duas.

No chamado banco mau (bad bank), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No banco bom, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
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