Lesados do BES moveram 400 ações contra o Estado, BdP e CMVM - TVI

Lesados do BES moveram 400 ações contra o Estado, BdP e CMVM

Lesados do BES em Marco de Canaveses [Lusa]

No processo de liquidação judicial do BES, o relatório da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa acrescenta que, até setembro de 2016, foram apresentadas cerca de 14 mil reclamações de créditos, no valor total de cerca de 35 milhões de euros

Os lesados do BES moveram cerca de 400 ações de responsabilidade social contra o Estado, BES em liquidação, Novo Banco, CMVM, Banco de Portugal e Fundo de Resolução, entre julho e setembro de 2016.

Segundo adianta o relatório anual da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), divulgado esta quarta-feira, entre as cerca de 400 ações, pendentes na Instância Central Cível de Lisboa, estão também processos movidos pelos lesados do BES contra administradores e funcionários e intermediários financeiros.

Destas ações o Estado português foi citado, até setembro de 2016, em 18 processos, citação que visa a responsabilidade solidária do Estado e seus membros (Presidente da República, primeiro-ministro, etc) no âmbito da concessão do empréstimo ao fundo de resolução e das expectativas então originadas sobre a solidez do BES”, revela o documento.

No processo de liquidação judicial do BES, o relatório da PGDL acrescenta que, até setembro de 2016, foram apresentadas cerca de 14 mil reclamações de créditos, no valor total de cerca de 35 milhões de euros.

A PGDL salienta a “notória dificuldade processual e de acompanhamento pelo Ministério Público de um caso de gigantismo processual invulgar” e “elevado grau de tecnicidade”, que exige aos procuradores conhecimentos na área fiscal, bancária e económica.

Em matéria de crimes económicos contra o Estado, o relatório indica que no ano judicial 2015/2016, o valor monetário dos inquéritos analisados por crimes contra o Estado ascendeu a quase 89 milhões de euros (88.807.509 euros).

No mesmo período, o valor monetário dos inquéritos sobre crimes de corrupção e afins investigados pelo MP rondou os 16 milhões de euros (15.904.385 euros).

Globalmente, os crimes económicos contra o Estado e corrupção ultrapassaram os 104 milhões de euros (104.711.894 euros).

Na investigação da criminalidade económico-financeira a PGDL assinala uma maior complexidade de casos, “com utilização intensiva de transferência para o regime offshore, atuação de redes de corrupção em diversas áreas de serviços administrativos relevantes (por exemplo saúde e segurança social), utilização de pessoas coletivas como fachada, e o uso de tecnologias de informação visando o anonimato e impunidade”.

 

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