Ainda se lembra como Ricardo Salgado chegou até aqui? - TVI

Ainda se lembra como Ricardo Salgado chegou até aqui?

Depois dos casos Monte Branco e Universo Espirito Santo, o ex banqueiro também foi hoje constituído arguido no caso Operação Marquês. Acrescem os três processos de contraordenação interposto pelo Banco de Portugal

O antigo presidente do Banco Espirito Santo (BES) foi, esta manhã, constituído arguido no processo Operação Marquês. É suspeito de corrupção, aos olhos do Ministério Público que considera que 18 milhões de euros foram movimentador por Ricardo Salgado para Carlos Santos Silva, sendo que o destinatário final seria José Sócrates. É esta a teoria da investigação que abriu assim um novo capítulo.

Não há dois sem três e a Operação Marquês é já o terceiro processo em que Ricardo Salgado é constituído arguido.

O também antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES) está ainda envolvido nos processos: Monte Branco e Universo Espírito Santo.

Além disso, o banqueiro está acusado em três processos de contraordenação pelo Banco de Portugal.

Julho de 2014

O ex-presidente do BES é constituído arguido no caso Monte Branco.

As autoridades descobrem um esquema de alegada fuga ao fisco e branqueamento de capitais. Ricardo Salgado terá beneficiado de transferências como os 14 milhões de euros de José Guilherme.

Salgado alega tratar-se de um presente do construtor mas as autoridades têm outra versão dos factos. O banqueiro é suspeito dos crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento. Fica em liberdade, mediante o pagamento de uma caução de três milhões de euros, que viria a ser reduzida para metade.

Julho de 2015

É constituído arguido no processo Universo Espírito Santo.

Após a implosão do império Espírito Santo, o antigo homem forte do BES fica, inevitavelmente, no centro das investigações judiciais. É suspeito de seis crimes: burla qualificada, falsificação de documentos, falsificação informática, branqueamento, fraude fiscal qualificada e corrupção no sector privado.

Seis meses de prisão domiciliária, uma medida de coação que viria a ser substituída por uma caução de três milhões de euros, mais tarde reduzida também para metade.

Feitas as contas, a Justiça tem em curso cinco inquéritos autónomos e 73 apensos a um daqueles processos motivados por queixas de lesados.

A par das investigações judiciais, a queda do BES torna Salgado no principal alvo dos processos de contraordenação do Banco de Portugal

No primeiro, relacionada com a alegada falsificação da contabilidade na Espírito Santo International e o esquema fraudulento na emissão de dívida, Salgado foi condenado a uma multa de quatros milhões e ficou inibido de exercer funções na banca durante dez anos. Recorreu da decisão. A Justiça ainda não se pronunciou.

Nos outros dois processos do Banco de Portugal em que é acusado, o ex-homem forte do BES apresenta ainda a sua defesa.

Um prende-se com a atividade do BES Angola e a exposição do Banco Espírito Santo à operação em angolana. O outro é relativo à não aplicação de um mecanismo de controle de branqueamento nas sucursais e filiais do banco. Só aqui, Ricardo Salgado é acusado de 12 contraordenações.

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