As agências de notação Moody's e DBRS melhoraram a sua apreciação dos depósitos e do longo prazo do Banco Popular, que emitiu um esclarecimento para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários assegurando que a integração no Santander Totta não implica qualquer alteração na atividade, nomeadamente para os clientes.
A canadiana DBRS subiu a notação de longo prazo do Banco Popular Portugal, na sequência da venda da instituição financeira em Espanha ao Santander.
O Banco Popular Portugal informa que, em comunicado datado de 8 de junho de 2017 e na sequência da medida de resolução e venda do Banco Popular Español ao Banco Santander, a agência de notação financeira DBRS reviu em alta o rating de longo prazo de B para BBB”, refere o banco em comunicado enviado ao mercado.
A DBRS colocou a perspetiva de ‘rating’ como “estável”, esperando-se assim a manutenção da nota.
Na terça-feira, a DBRS tinha descido o "rating" do Banco Popular Portugal, na sequência da revisão em baixa do da casa-mãe, o espanhol Banco Popular, perante a difícil situação em que se encontrava.
Moody's melhora nos depósitos
Já a agência norte-americana Moody's confirmou esta quinta-feira o "rating" do Banco Santander, mantendo-lhe a perspetiva estável, e subiu a nota atribuída aos depósitos do Banco Popular, de 'B2' para 'Ba1', admitindo novas melhorias.
Em comunicado, a agência de notação financeira refere que estas ações foram desencadeadas pelo anúncio da compra do Popular pelo Santander.
Como parte da operação, o Santander tem previsto realizar um aumento de capital de aproximadamente 7.000 milhões de euros, "que cobrirá o capital e as provisões necessárias para reforçar o balanço do Banco Popular".
A Moody's considera que o impacto de "adquirir uma instituição materialmente mais fraca vai ser amplamente compensado pelo aumento de capital anunciado de 7.000 milhões de euros".
Quanto ao que pode levar a novas mexidas no "rating", a Moody's diz que as notas do Santander estão dependentes de uma subida da notação de Espanha. Adianta que a apreciação da dívida e dos depósitos do Banco Popular "vão ser alinhados com os do Banco Santander assim que a fusão seja efetiva" e que "é altamente improvável" que a nota do Popular seja revista em baixa.
"Maior banco privado português"
O Banco Popular Portugal afirmou esta quinta-feira que a integração no Santander Totta não implica qualquer alteração na sua atividade, nomeadamente para os clientes, segundo a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Com a aplicação, esta quarta-feira, de uma medida de resolução ao espanhol Banco Popular e a sua venda ao também espanhol Santander, o português Banco Popular Portugal passará a ser integrado no Santander Totta.
Esta medida não implica qualquer alteração na sua atividade, mantendo no atual momento a continuidade dos serviços prestados aos seus clientes e o apoio ao financiamento”, refere o comunicado do Banco Popular Portugal.
A integração do banco irá agora iniciar-se, refere ainda a informação ao mercado, num processo que "será conduzido com a maior normalidade”.
Em sequência, conclui, surgirá “o maior banco privado português em ativos e no apoio às famílias e às empresas portuguesas”.
Com a compra por um euro do Banco Popular pelo Santander, em Espanha, a operação em Portugal levará à integração no português Santander Totta, o qual passará a deter uma quota de mercado de cerca de 17%, tornando-se no maior banco privado português em termos de ativos e de crédito e um dos maiores em termos de recursos.
O Banco Popular Portugal tem cerca de 1.000 trabalhadores.