Banif: Governo não foi contactado "por ninguém" - TVI

Banif: Governo não foi contactado "por ninguém"

Maria Luís Albuquerque [Lusa]

Ministra das Finanças diz, no entanto, que é de "todo o interesse" que a saída do Estado do banco aconteça rapidamente

Relacionados
A ministra das Finanças disse esta quarta-feira que o Governo não foi contactado “por ninguém” para a venda da participação pública no Banif. Este esclarecimento foi feito na sequência das questões colocadas pelos deputados do Bloco de Esquerda e do PCP, que citaram notícias de hoje que dão conta do interesse de investidores chineses no banco e que levou o banco liderado por Jorge Tomé a acelerar o processo de venda da posição do Estado.

“Não fomos contactados por ninguém para a venda da participação no Banif. O Estado, entrando no capital dos bancos, tem todo o interesse para que essa saída possa acontecer o mais rapidamente possível”


Maria Luís Albuquerque falava na última audição regimental da legislatura na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

Na semana passada, o presidente do Banif afirmou que a gestão está “à procura de investidores âncora” para o banco, sendo que se está a entrar “numa fase mais acelerada deste processo” e que o resultado das negociações será conhecido “nos próximos tempos”, cita a Lusa.

Hoje, a ministra lembrou ainda que o Banif tem também 825 milhões de euros de ajudas estatais (700 milhões de euros em ações e 125 milhões de euros em ‘CoCos’) por devolver até ao final de 2017.

Em janeiro de 2013, o Estado injetou 1.100 milhões de euros no Banif para o recapitalizar, sendo 400 milhões de euros em obrigações convertíveis em ações (as chamadas 'CoCo' 'bonds', pelas quais paga juros anuais que começam a 9,5%) e 700 milhões de euros em ações, deixando o Estado com o controlo de cerca de 99% da instituição.

Em troca, o Banif ficou obrigado a fazer pagamentos regulares ao Estado para recomprar as CoCo e a realizar um aumento de capital de 450 milhões de euros para sair do controlo público.

A conclusão do aumento de capital, que ocorreu há cerca de um ano, quando a procura superou a oferta em 141%, significa o concretizar desse objetivo, com o Estado a ver a sua participação reduzida a 60,5% do capital e cerca 49% dos direitos de voto.
Continue a ler esta notícia

Relacionados