Com o primeiro-ministro na China, o Presidente da República destacou a partir de Portugal a importância das relações económicas entre os dois países. E enquanto António Costa tenta seduzir lá mais interessados nos vistos gold, por cá Marcelo Rebelo de Sousa pisca também olho ao investimento Chinas.
A China "não encontra nenhuma outra sociedade europeia" para além de Portugal "onde possa entrar" em áreas como a "energia e finanças, setores altamente protegidos", indicou no arranque da Portugal Digital Summit, uma conferência sobre o setor da economia digital.
"Só admira como é que a China demorou tanto tempo em perceber a vantagem comparativa geoestratégica de Portugal. E só admira como Portugal demorou tanto tempo a perceber a oportunidade chinesa (...) É evidente que não há almoços grátis e estas escolhas estratégicas têm contrapartidas a prazo", reconheceu.
Depois, em declarações aos jornalistas, o Presidente sublinhou o "reforço significativo" das relações entre Portugal e China "no domínio económico e financeiro". "Vamos ver os resultados", deixou no ar.
Isto numa altura em que a Fosun apresentou uma proposta para ficar com 16,7% do BCP, podendo aumentar a participação até aos 30%. E numa altura em que está em curso o processo de venda do Novo Banco. Marcelo, no entanto, não especificou qualquer um dos casos.
Na conferência que se realizou na Fundação Champalimaud, o chefe de Estado reafirmou ainda ser fundamental a procura de "consensos" na sociedade portuguesa."Não há como entender que sistematicamente se coloque acima do que nos une aquilo que nos divide, e que muitas vezes é esporádico e ocasional".