Sindicatos avançam com greve este mês se BCP e Santander mantiverem despedimentos - TVI

Sindicatos avançam com greve este mês se BCP e Santander mantiverem despedimentos

  • Agência Lusa
  • NM
  • 7 set 2021, 16:48
Manifestação de trabalhadores do Santander

As entidades representativas dos trabalhadores já requereram uma reunião com "caráter de urgência" com as administrações dos dois bancos

Os sindicatos do setor bancário disseram esta terça-feira, em comunicado, que marcarão uma greve conjunta ainda em setembro se BCP e Santander Totta mantiveram a intenção de fazer despedimentos.

Os sindicatos representativos dos bancários estiveram terça-feira reunidos e, segundo comunicado divulgado, dediciram pedir com "caráter de urgência" reunião com as administrações do BCP e do Santander Totta para "exigir o fim imediato de qualquer intenção de despedimento coletivo ou de figuras análogas".

Se os bancos não recuarem nos despedimentos, afirmam os sindicatos que "irão declarar uma greve conjunta, a realizar ainda no corrente mês de setembro".

O pedido de reunião é feito pelos sindicatos Mais Sindicato, SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (os três afetos à UGT), SINTAF (ligado à CGTP), Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e Sindicato Independente da Banca (os dois independentes) e apoiado pelo Sindicato de Trabalhadores das Empresas do grupo Caixa Geral de Depósitos.

Os principais bancos portugueses estão a reduzir milhares de trabalhadores este ano (depois de o setor bancário ter cortado cerca de 15 mil postos de trabalho entre 2009 e 2020), sendo BCP e Santander Totta os que têm processos mais 'agressivos', incluindo com intenção de despedimentos coletivos.

O BCP anunciou, há duas semanas, que vai avançar para o despedimento de até 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com cerca de 800 funcionários para saídas por acordo (reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo).

Já o Santander disse numa nota interna, em 20 de agosto, que não chegou a acordo para a saída de 350 trabalhadores, de um total de 685 inicialmente previstos, e vai agora avançar com um "processo unilateral e formal" a partir de setembro.

Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, considerando que os estão a forçar a aceitar sair por rescisão ou por reforma antecipada. Isto ao mesmo tempo que os bancos têm elevados lucros, acrescentam.

Os sindicatos também se têm reunido com o poder político, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, grupos parlamentares e governantes, para pedir a sua intervenção contra os despedimentos. Para já, contudo, se houve alguma intervenção junto dos bancos não foi pública.

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