Obras Públicas: Carlos Costa diz que Portugal esquece receitas - TVI

Obras Públicas: Carlos Costa diz que Portugal esquece receitas

Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal

Governador do Banco de Portugal considerou esta sexta-feira que Portugal tem tendência, na construção de infra-estruturas, para se fixar apenas para o lado da despesa

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O governador do Banco de Portugal considerou esta sexta-feira que Portugal tem tendência, na construção de infra-estruturas, para se fixar apenas para o lado da despesa e esquecer o lado da receita.

Carlos Costa, ex-vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), lamentou também que a instituição não tenha um papel de maior relevo na resolução da crise europeia de dívida soberana, tal como a União Europeia (UE) chegou a equacionar.

No que toca à construção de infra-estruturas e obras públicas, Carlos Costa considerou que é preciso garantir que estes projectos, «no final se pagam a si próprios», apesar das variações de receita ao longo da vida útil.

«Às vezes, no nosso país, tendemos a olhar o lado da obra, da despesa, e esquecer que, mais tarde ou mais cedo a obra tem que ser paga e que tem que haver um retorno para essa obra» afirmou, sem especificar, o Governador do Banco de Portugal, numa intervenção no Ministério das Finanças, para apresentar a empresários portugueses o Fundo Fiduciário UE-África para as Infra-estruturas.

Carlos Costa alertou também os empresários presentes para a «falha de financiamento» em prazos longos, para infra-estruturas, sublinhando o risco de projectos, promotores e empresas ficarem «esganados financeiramente», porque será difícil que os projectos se paguem a si mesmo em prazos úteis.

«Encontrar financiador de infra-estruturas, a partir de agora, a prazos a 20 anos, 25 anos, 15 anos, não é fácil.

Para os prazos mais curtos é fácil, para os prazos mais longos, é difícil. O que significa que, se não houver alguém que esteja a fazer a parte mais longa das maturidades, e a compensar a falta de financiadores, é muito difícil financiar projectos de infra-estruturas», afirmou Carlos Costa, destacando assim o papel do fundo fiduciário.

Com a crise europeia a dificultar o financiamento da economia, Carlos Costa lamentou que o BEI não tenha tido um papel mais determinante na solução da dívida soberana, apesar de considerar que os novos mecanismos da Zona Euro estão a funcionar bem.
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