Negócio do retalho ajuda resultados da Sonae - TVI

Negócio do retalho ajuda resultados da Sonae

«[Manifestações?] Não ligo nada a isso, estou fora desse negócio.»

Grupo de Belmiro de Azevedo ganha mais 51,6% para 30 milhões de euros no trimestre. Abaixo da previsão dos analistas.

O lucro da Sonae subiram 51,6% para 30 milhões de euros nos três meses de 2016, face ao homólogo. As melhorias no negócio do retalho, no resultado financeiro e a concretização de operações de venda de alguns imóveis estão na base dos melhores números divulgados.

"Esta evolução positiva (do lucro no trimestre) traduz o forte crescimento das vendas nos negócios de retalho alimentar e especializado, a internacionalização dos diferentes negócios, o sucesso nas operações de 'sale & leaseback' e a forte solidez financeira", referiu a Sone em comunicado.

Mesmo assim o número fica ligeiramente a abaixo das previsões dos analistas citados pela Reuters, que apontavam para um lucro de 32,6 milhões de euros.

O volume de negócios aumentou 6% para 1,215 mil milhões no trimestre, tendo as vendas do crucial negócio de retalho da Sonae MC crescido 4,6% para 830 milhões, "reforçando a sua quota de mercado" e com as vendas no universo comparável de lojas a crescerem 1,4%.

No retalho especializado, as vendas da Sonae SR cresceram 10,6% para 331 milhões, após um aumento de 3,5% na Worten e por um forte crescimento de 28,2% na Sports and Fashion.

Mas, o 'underlying' EBITDA - lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações - caiu 22% para 46 milhões nos três meses de 2016 e a margem 'underlying' EBITDA caiu 1,4 pontos percentuais para 3,8%, embora o EBITDA tenha subido 68% para 120 milhões e a margem EBITDA melhorado 3,6 pontos percentuais para 9,9%.

A Sonae é maioritariamente pela Efanor do empresário Belmiro de Azevedo. O grupo detém a maior retalhista portuguesa, Sonae MC, e tem ainda participações na operadaora de telecomuniações NOS. A que acrescem a Sonae Capital, Sonaecom  e Sonae Sierra.

Venda de imóveis liberta capital

A Sonae RP, unidade de imobiliário de retalho, no primeiro trimestre completou três operações de "sale and leaseback"  - venda de imóveis através da qual o vendedor assume a obrigação de tomar o ativo de arrendamento por um prazo pré definido, com a possibilidade de o adquirir até ao final do contrato de locação.- no valor de 230 milhões. O equivalente a um ganho de capital de aproximadamente 64 milhões. De acordo com o comunicado da empresa "esta estratégia permitiu à RP libertar capital dos seus ativos mais maduros, mantendo, ao mesmo tempo, um nível adequado de flexibilidade operacional".

Nos centros comerciais, o resultado direto da Sonae Sierra aumentou 2,4% para 15 milhões de euros, após esta participada ter subido o seu lucro em 31,3% para 16,6 milhões, na sequência das vendas de lojistas na Europa terem aumentado 4% para 710 milhões.

A dívida líquida da Sonae diminuiu, em termos homólogos, 168 milhões para 1,309 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2016, "continuando a Sonae focada em apresentar uma estrutura de capital robusta, sustentada por um nível reduzido de endividamento e por um perfil de maturidade da dívida progressivamente mais extenso".

Os encargos financeiros líquidos desceram 20% para 14 milhões.

À Reuters, o Ângelo Paupério, Co-CEO da Sonae, disse que "não estão previstas necessidades de refinanciamento para os próximos 18 meses, sendo de realçar que esta estrutura de capital garante a capacidade financeira suficiente para explorar futuras oportunidades de crescimento".

O investimento situou-se em 58 milhões no primeiro trimestre de 2016, 10 milhões que no mesmo período de 2015.

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