GES: «falhou» controlo interno e dos reguladores - TVI

GES: «falhou» controlo interno e dos reguladores

João Filipe Martins Pereira

No Banco Espírito Santo, era «praticamente impossível» saber das «deficiências gravíssimas» da Espírito Santo Internacional, defende o ex-responsável de compliance do BES e da ESFG

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A «inevitabilidade» do colapso do Grupo Espírito Santo, que levou por tabela o BES, aconteceu porque o controlo interno e dos reguladores «falhou», defendeu esta quinta-feira o ex-responsável de compliance do banco, um departamento que tinha como missão fiscalizar o cumprimento de regras, João Filipe Martins Pereira, na comissão de inquérito sobre o caso, no Parlamento.

 «As estruturas de controlo absolutamente fracas foram sendo sobrepostas ao longo do tempo» estão por detrás da derrocada, defendeu aos deputados. «Esta é a minha análise pessoal. Não tenho meios, nem conhecimento da situação anterior. Mas é o que me parece evidente», ressalvou.

Na Espírito Santo Internacional, cuja ocultação de passivo espoletou a derrocada, «havia deficiências gravíssimas, não só ao nível formal, como substancial»


No entanto, no BES era muito difícil saber disso, alega o ex-gestor:

«Se havia algum meio de elas serem detetadas e evidentes... Na minha opinião - e é a minha opinião - no BES, que estava uns patamares abaixo, era praticamente impossível... Ninguém poderia ter conhecimento». «Aqui a culpa... (...), a responsabilidade, pode ser assacada aos reguladores»


Martins Pereira explicou que «não tinha nenhuma razão [lhe] permitisse sequer antecipar um desfecho destes». Voltou a recordar a responsabilidade da supervisão, levada a cabo pelo Banco de Portugal e pela CMVM. «A Espírito Santo Financial Group [cuja acionista era a ESI] era uma sociedade cotada, sujeita à supervisão em Portugal» e no estrangeiro.

O banco chegou a vender papel comercial da ESI e, também, da RioForte aos seus balcões, mas Martins Pereira garantiu que não houve «intenção declarada de iludir» clientes e acionistas. «Se houve um propósito obscuro, não sei. Se me perguntar, penso que não», afirmou, em resposta ao deputado do PS, José Magalhães. 

Este ex-responsável do BES confirmou, na sua audição, a versão do contabilista sobre quem sabia da ocultação da dívida da ESI. Segundo lhe disse Machado da Cruz, para além de Ricardo Salgado, outros dois membros da família Espírito Santo, com assento no conselho superior do GES, tinham conhecimento



 
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