O IGCP está sem presidente, com a saída de Moreira Rato para o BES, ficando os dois vogais do Conselho de Administração, Alberto Pontes Correia e Cristina Casalinho, a liderar o instituto, segundo os estatutos do instituto.
João Moreira Rato, que era desde setembro de 2012 presidente da agência que gere a dívida pública portuguesa, assumiu hoje o cargo de administrador financeiro do Banco Espírito Santo (BES), numa altura conturbada para o banco, devido à polémica sucessão do presidente histórico, Ricardo Salgado, e às irregularidades detetadas no Grupo Espírito Santo (GES).
De acordo com os estatutos do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP), na sua ausência, o presidente da instituição é substituído pelos vogais do Conselho de Administração da entidade, que são Alberto Pontes Correia e Cristina Casalinho.
«Nas suas faltas ou impedimentos, o presidente é substituído pelo vogal do Conselho de Administração para o efeito designado ou, faltando ou estando este impedido, pelo membro do Conselho de Administração mais antigo ou, em igualdade de circunstâncias, pelo de mais idade», lê-se nos estatutos do IGCP.
Os mesmos estatutos determinam que «os membros do Conselho de Administração não podem exercer durante o seu mandato qualquer outra função pública ou atividade profissional», identificando apenas duas exceções: «funções inerentes às desempenhadas no IGCP» e «a atividade de docência no ensino superior».
Em 2012, quando o então presidente do IGCP Alberto Soares pediu para sair da instituição, o instituto esteve sem líder cerca de seis meses - entre março e setembro - , altura em que Moreira Rato assumiu a liderança da entidade, vindo do banco de investimento Morgan Stanley.
A 20 de março de 2012, o Ministério das Finanças anunciou que Alberto Soares ia abandonar a agência no final desse mês e, em outubro, foi publicada em Diário da República uma resolução do Conselho de Ministros que nomeava João Moreira Rato para presidente e Alberto Pontes Correia e Cristina Casalinho para vogais do Conselho de Administração do IGCP, começando o mandato trienal dos três gestores a 01 de setembro desse ano.
Moreira Rato deixa o IGCP duas semanas depois da primeira emissão de dívida pública em dólares dos últimos quatro anos: a 02 de julho, Portugal colocou no mercado 4,5 mil milhões de dólares em dívida a 6,5 anos de maturidade com uma taxa de juro equivalente em euros de 3,65%, numa operação com que João Moreira Rato disse ter ficado «muito satisfeito».
Já a 11 de junho, Portugal tinha emitido 975 milhões de euros em dívida a 10 anos, tendo conseguido uma taxa de juro de 3,2524%, na primeira emissão de dívida de longo prazo após o resgate financeiro da troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
Esta semana, Portugal regressa novamente ao mercado com uma emissão regular de Bilhetes do Tesouro, com que pretende ir buscar mais 1.250 milhões de euros.
A estratégia de Moreira Rato para o financiamento do Estado passava por garantir no final deste ano cerca de dois terços das necessidades de financiamento de 2015, uma estratégia que pretendia replicar nos anos seguintes.
IGCP está sem presidente
- tvi24
- PP
- 14 jul 2014, 18:09
Vogais ficam a liderar instituto, após saída de Moreira Rato para BES
Continue a ler esta notícia