Ministra das Finanças: «Sim, confiei no Banco de Portugal» - TVI

Ministra das Finanças: «Sim, confiei no Banco de Portugal»

Maria Luís Albuquerque (LUSA)

Maria Luís Albuquerque reitera, no seu regresso à comissão de inquérito ao BES, que Salgado não lhe pediu ajuda para o BES e sim para o GES. Sendo um grupo privado, não estava dentro do «leque» de intervenção do Governo. Resolução do banco foi «a melhor solução», mesmo que tivesse havido mais tempo para outra alternativa em que o Estado tivesse de entrar em cena

O que o Governo ia sabendo sobre o Banco Espírito Santo era através do Banco de Portugal. A ministra das Finanças tinha e tem reuniões regulares com o governador Carlos Costa e, de volta à comissão de inquérito sobre o colapso do banco, esta quarta-feira, assumiu que sempre confiou no que lhe foi reportado pelo supervisor.

«A informação pública era, naturalmente, do meu conhecimento» e havia «outra informação que podia aferir dos riscos que poderiam existir para o banco decorrentes da exposição ao grupo. E, sim, confiei na informação que o Banco de Portugal me dava. É ao BdP que incumbe essa responsabilidade»


Depois de dispensar intervenção inicial, nesta que é a última audição da comissão parlamentar, Maria Luís Albuquerque respondia a Miguel Tiago. O deputado do PCP tinha questionado a ministra sobre se «confiava sem pedir fundamentação». A governante respondeu:

«A informação que fui sempre tendo do Banco de Portugal era que as medidas que iam sendo adotadas (...) não implicariam risco para a estabilidade financeira. As reuniões que tinha e mantenho muito frequentemente com o Governador do BdP e também por escrito, para registar toda a informação que vinha sendo transmitida»


Maria Luís Albuquerque considera que a medida de resolução foi a melhor solução, dadas as circunstâncias:

«Eu realçaria que a estabilidade do sistema financeiro foi preservada. E isso é fundamental. Já passaram sete meses e o sistema financeiro permanece com estabilidade»

«Nem sequer posso verdadeiramente dizer que lamento que o Banco de Portugal tenha tido pouco tempo para decidir. Acho, e tenho convicção genuína, que esta solução é a melhor».

«Se tivéssemos tido mais tempo, provavelmente o Banco de Portugal decidiria o mesmo, porque é o melhor»


Sobre as declarações de Ricardo Salgado, que disse que o seu banco foi forçado a desaparecer e que o que precisava era, precisamente, de mais tempo, a governante respondeu à letra:  «Tempo é dinheiro e isso não haveria no BES»

Quanto ao reembolso do papel comercial do Grupo Espírito Santo vendido aos balcões do BES,   a ministra considera «lamentável se as pessoas foram induzidas em erro» e admite mesmo que houve quem tivesse sido «enganado», mas descartou que o Governo entre em cena para resolver a situação. 

A ministra revelou, por outro lado, que   foram movidos vários processos contra o Estado e contra os supervisores, no âmbito do caso BES. 

Quanto à venda do Novo Banco, admitiu:  «Não podemos garantir que não haverá custos»
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