«Presumo que o contabilista não decidiu por conta própria» - TVI

«Presumo que o contabilista não decidiu por conta própria»

José Manuel Espírito Santo Silva é um histórico apoiante de Ricardo Salgado, mas não se coíbe de o responsabilizar pelos erros nas contas da ESI. Isto porque, para além de Machado da Cruz e José Castella, o ex-presidente do BES também era um dos responsáveis pelas contas. Ainda assim, admite que confiou sempre em Salgado: «Quem é que em Portugal não confiava?»

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José Manuel Espírito Santo Silva foi a primeira pessoa a pedir desculpa aos clientes, investidores e colaboradores pelo que se passou no Banco Espírito Santo e também foi o primeiro a responsabilizar Ricardo Salgado ao mesmo nível do contabilista Machado da Cruz pelos erros nas contas da Espírito Santo Internacional (ESI).  Ex-administrador executivo do BES, foi afastado do banco quando Ricardo Salgado saiu e, embora seja um histórico apoiante do ex-presidente do BES, não se coibiu de, ainda implicitamente, chamar Salgado à razão:

«Presumo que o machado da cruz [contabilista] não tenha decidido por conta própria a contabilidade»

Não lhe vou aqui dizer que era fulano ou sicrano, mas penso que haverá uma combinação entre as pessoas que estavam responsáveis pela tesouraria do grupo


José Manuel Espírito Santo Silva respondia a Carlos Abreu Amorim (PSD) que, de seguida, lhe perguntou se estava a referir-se, designadamente, Machado da Cruz, José Castella e Ricardo Salgado: «Eram os responsáveis,mas não estou a afirmar que foram eles», rematou.

Sobre a confiança que depositou em Ricardo Salgado, referiu que eram e são «como irmãos».

«Quem é que em Portugal não confiava em Ricardo Salgado?»


Mas admitiu que está a «percorrer um caminho em que, de facto», se mostra «surpreendido» com «muita coisa» que se está a passar e que está a ser «averiguada», «também por esta comissão», assinalou.

«Espero os resultados que me permitam continuar com essa amizade e com essa confiança. Se não for assim, é uma grande desilusão para mim». 


O ex-administrador do GES disse que ainda que, embora o contabilista tenha referido, desde 2009, 2010, que «estava preocupado com alavancamento do grupo, com crescimento da dívida», «nunca» foi referida a ocultação de erros. «O Dr. Machado da Cruz reportava diretamente ao Dr. José Castella que, por sua vez, reportava ao Dr. Ricardo Salgado», apontou. 




 
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