PT: ex-CFO diz que foi Granadeiro a decidir as aplicações na Rioforte - TVI

PT: ex-CFO diz que foi Granadeiro a decidir as aplicações na Rioforte

Segundo Luís Pacheco de Melo, Amílcar Morais Pires disse que «tudo estaria acordado» entre Henrique Granadeiro, Ricardo Salgado e Zeinal Bava

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O ex-administrador financeiro da Portugal Telecom garantiu, esta quinta-feira, que Henrique Granadeiro decidiu e validou as aplicações na Rioforte. Na audição de ontem, o ex-presidente da PT assegurou que só se responsabilizava por uma aplicação de 200 milhões de euros, mas Luís Pacheco de Melo nega essa versão.
 

«Henrique Granadeiro deu orientações para, à medida que fossem vencendo as aplicações na ESI, se fizesse esta mudança para a Rioforte».


De acordo com o ex-CFO, nessa altura, a PT tinha 750 milhões em aplicações na ESI que seriam então convertidos para a Rioforte. Ou seja, longe dos 200 milhões que Henrique Granadeiro argumenta. Questionado diretamente se Granadeiro «validou» o total dessa operação, Pacheco de Melo respondeu: «Sim».

Segundo Luís Pacheco e Melo, o ex-presidente da PT combinou uma reunião entre o próprio Pacheco de Melo e o administrador financeiro do BES, Amílcar Morais Pires, a 26 de março de 2014.
 

«Acabou por ser ele a marcar a reunião à minha frente. A decisão de investimento na Rioforte foi de Henrique Granadeiro. Foi ele que me pediu para ir ao BES para tratar da execução dessa operação».


O ex-administrador financeiro da Portugal Telecom ouviu Morais Pires dizer, nessa reunião, que «estaria tudo acordado entre Granadeiro, Salgado e Zeinal Bava». O investimento da PT no GES seria, aproximadamente, de 900 milhões de euros. Foi este o «buraco» que o colapso do BES/GES deixou na operadora. 

Luís Pacheco de Melo confirmou ainda que a negociação começou após Henrique Granadeiro ter tido «uma conversa com Ricardo Salgado sobre a Rioforte» e que o próprio Salgado lhe expôs essa «alternativa» numa reunião de 28 de janeiro de 2014. 
 

«Salgado apresentou-me os benefícios de migrar para a Rioforte e elencou as várias vantagens em alterar essa aplicação». 


Apesar do alegado conhecimento de Bava, que o próprio nega mas que terá sido então referido por Morais Pires, Pacheco de Melo garante que não entrou em contacto com o então presidente da Oi sobre estas aplicações.
 

«Zeinal Bava sempre teve conhecimento do tipo de aplicações que fazíamos junto do Grupo Espírito Santo. No entanto, Bava saiu em junho de 2013 e, a partir dessa data, não comuniquei com ele especificamente sobre a mudança de ESI para Rioforte, em fevereiro de 2014. Não sei se alguém lhe terá comunicado essa informação. O meu presidente era Granadeiro, tratei do assunto com ele».


Mais tarde, questionado sobre o reforço de investimento na ESI para 750 milhões de euros, em 2013, que viria depois a ser renovado já na Rioforte, o ex-CFO revelou que a ordem veio de Zeinal Bava, quando este ainda era presidente da Portugal Telecom.

Questionado diretamente sobre as declarações de Granadeiro desta quarta-feira, também na comissão de inquérito, segundo as quais só se responsabilizava por uma aplicação de 200 milhões de euros na Rioforte e não pelos restantes 697, Luís Pacheco de Melo contradiz esse número.

«A primeira vez que ouvi falar nesses 200 milhões foi no dia em que Henrique Granadeiro se demitiu, em agosto».


O ex-CFO da Portugal Telecom também negou a versão de Henrique Granadeiro sobre a gestão da tesouraria, assegurando que ela estava «centrada» na PT SGPS, liderada pelo próprio Granadeiro, e não na PT Portugal, de Zeinal Bava, como Granadeiro alegou ontem.
 

«Era a PT SGPS que decidia onde se aplicavam os montantes». 


 
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