Responderei a todas as questões desde que balizadas pelas seguintes três premissas:
- «Responderei aquilo que for do meu conhecimento pessoal e direto» e com «factos»
- «Procurarei abster-me de comentários, mesmo sobre aqueles que incidam sobre a minha pessoa» e «não contribuirei para achincalhamentos pessoais seja de quem for»
-«Imperativos legais, mormente no que diz respeito sigilo bancário em Angola» condicionam a inquirição
Sobrinho indicou, logo à cabeça, que o BES investiu no início 10 milhões de dólares no BESA. Depois, explicou que durante os 10 anos em que esteve à frente da gestão do banco sabia de tudo:
«Mantinha-me informado, sabia do que lá se passava e decidia. Assumo todas as responsabilidades pelas minhas decisões. Tomá-las não era um provolégio, não era manifestação de poder, era a minha obrigação».
Logo se mostrou disponível para vir à comissão de inquérito ao BES, porque entende ser o «local e contexto apropriado» para que, em relação àquilo de que tem «conhecimento direto», possa prestar o seu «contributo».
Recorde-se que Álvaro Sobrinho foi escolhido por Ricardo Salgado, em 2001, para liderar a estrutura do Banco Espírito Santo em Angola. Acabou afastado em 2012 de deixou «uma situação pavorosa», segundo as palavras do ex-patrão do BES na sua audição na comissão de inquérito.
Foi ele quem liderou o banco durante o período em que foram contraídos os créditos. Sem garantias. Sem nomes de clientes identificados. Num total de 5,7 mil milhões de dólares (mais de 4,5 mil milhões de euros). Sendo que 3,3 mil milhões estavam cobertos pela garantia estatal deviam ter entrado no capital do Novo Banco, mas desapareceram.