BE tem dois critérios para o patamar mínimo do novo imposto - TVI

BE tem dois critérios para o patamar mínimo do novo imposto

É preciso garantir duas coisas: ninguém que tenha a sua casa, uma casa de férias ou uma casa herdada seja apanhado neste imposto e, por outro lado, que o patamar mínimo não deva ser tão alto que não abranja "quem está a fugir"

À pergunta sobre se o Bloco de Esquerda aceita o patamar mínimo de 1 milhão de euros para cobrar o novo imposto sobre o património - e não os 500 mil inicialmente avançados - Catarina Martins não é taxativa em valores. Foge à resposta quantitativa, preferindo realçar que terá de haver dois critérios a cumprir. 

"É preciso garantir duas coisas: que as pessoas que não são ricas, que têm a sua casa, compraram até uma casa de férias e herdaram uma coisa, são excluídas deste imposto, porque não é sobre elas que é preciso pagar alguma coisa. Essas pessoas já pagam impostos sobre o seu salário e pensam, pagaram impostos toda a vida é não devem cobrar. (...) 

 

O patamar mínimo tem de ser alto, mas não pode ser tão alto que não chegue a ninguém e, portanto, seja um imposto que não arrecade receita nenhuma e não serve para aquilo que tem de servir".

O argumento do BE é que a receita arrecadada com o novo imposto ajudará a apoiar o esforço que o país tem de fazer de aumentar, por exemplo, as pensões mais baixas.

"É preciso proteger pessoas que não são milionárias mas que também de que deve servir para alguma coisa e não para toda a gente estar a fugir", defendeu aos jornalistas Catarina Martins, durante a visita a uma escola. 

As propostas estão em cima da mesa e a líder do BE mostrou-se confiante: "Com certeza chegaremos a bom porto". 

Resposta à direita

Sobre as críticas da direita ao novo imposto e ao anúncio do mesmo por parte do Bloco de Esquerda, com a deputada Mariana Mortágua a ter sido aplaudida pelos socialistas quando disse que é preciso "perder a vergonha de ir buscar dinheiro a quem está a acumular dinheiro", Catarina Martins acusou a direita de desorientação.

"Julgo que a direita está um bocadinho desorientada. Tem tentado fazer um falso debate. O que está em cima da mesa neste momento é como o património imobiliário de luxo poderá ser chamado a contribuir para os impostos para o país".

Ir buscar dinheiro ao luxo e não à poupança, portanto, como entretanto também teve necessidade de explicar a deputada Mariana Mortágua, que usou o Twitter para esse efeito e para responder aos críticos.

Catarina Martins sai em sua defesa, dizendo que o BE está "a falar de uma contribuição muito pequena sobre quem tem muito e sobre quem não paga. A maior parte das pessoas que tem património de luxo não pagam impostos em Portugal". 

É esse o alvo do BE que, quanto à outra crítica vinda da direita sobre a quebra no investimento que o novo imposto alegadamente alcançará, diz que "é bom não confundir investimento com transações financeiras". Catarina Martins a reafirmar o argumento dado por Mariana Mortágua quando anunciou o novo imposto na semana passada.

 

 

 

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