Catarina Martins: "Além das cambalhotas do PSD queremos discutir" descida da TSU - TVI

Catarina Martins: "Além das cambalhotas do PSD queremos discutir" descida da TSU

  • Alda Martins
  • Sofia Santana
  • (Atualizada às 19:33)
  • 17 jan 2017, 15:54

Bloco diz que vai votar contra porque "tem princípios" e o partido de Passos vota contra porque "não tem princípio algum". Na resposta Costa assegurou que "não sacrifica o aumento do salário mínimo"

Apesar de assumir que o Bloco de Esquerda vai votar contra a descida da Taxa Social Única (TSU) - já depois do debate o Bloco anunciou ter avançado com pedido de apreciação parlamentar do documento - aprovada pelo Governo como contrapartida pelo aumento do salário mínimo , a líder, Catarina Martins, não deixou de enviar farpas à bancada do PSD.

"O Bloco de Esquerda votará contra a redução da TSU porque tem princípios e o PSD votará contra porque não tem nenhum princípio", disse Catarina Martins.

A líder bloquista recordou que o Bloco sempre foi a favor do aumento do salário mínimo nacional e contra a redução da TSU, “enquanto o PSD sempre foi a favor da redução da TSU e contra o aumento do salário mínimo”.

E continuou dirigindo-se a Costa e apelando a que este debate quinzenal servisse, também, para discutir a descida da TSU, em si. "Além da cambalhota do PSD queremos discutir a medida de redução da TSU que está a ser usada como moeda de troca para o aumento do salário mínimo".

“Se alguém precisa de ser compensado são os trabalhadores, não os patrões, porque o salário mínimo é hoje mais baixo do que era há 40 anos”, disse.

“Vamos apoiar com o dinheiro dos contribuintes as piores práticas laborais do país?”, atirou.

E perguntou ao primeiro-ministro: “Fez este acordo para ter uma espécie de acordo de Concertação Social para a Europa ver mas a direita já boicotou esse caminho. Não é tempo de deixar cair esta medida ou vamos falar nela para o ano que vem?”.

Costa respondeu para garantir que a descida da TSU "não sacrifica o aumento do salário mínimo".

À líder do BE, Costa recordou que esta discussão não é "uma novidade", lembrando, no entanto, que o acordo de Concertação Social tem outras matérias como a contratação coletiva. E refutou a ideia que seja um mau acordo.

"É um bom acordo para o Estado, porque o aumento do salário mínimo aumenta o rendimento da Segurança Social", quer pela comparticipação dos trabalhadores quer dos empregadores.

 

"O benefício é uma pequena parte do esforço que é exigido" às empresas, diz Costa na defesa da descida da TSU. 

 

"Aceito que seja discutível, mas gostaria de deixar clara que esta medida não sacrifica o aumento do salário mínimo", concluiu

Costa mantém tudo em aberto sobre Novo Banco

Deixando o tema da TSU, Catarina Martins virou-se para o impasse no Novo Banco para reafirmar que os custos futuros do Novo Banco serão sempre “imputados aos contribuintes” e recordar que à Esquerda se defende o controlo público - “já que pagamos, fique-se com ele” - enquanto a direita continua a querer entregar o banco a privados.

Na resposta Costa voltou a não exclui nenhuma solução: "As negociações são da competência do Banco de Portugal. O Governo aguarda o decurso das negociações, não quer fazer nada que perturbe e, no final, em função da proposta do Banco de Portugal, tomará uma decisão definitiva", acrescentando que "não excluímos nenhuma solução, da nacionalização à alienação".

Mas o líder do Governo recordou à bloquista que vender a quem fizer a melhor oferta é cada vez mais difícil, tendo em conta os valores em cima da mesa oferecidos pelos vários concorrentes.

 

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