Segundo o comunicado do Banco de Portugal, «os resultados da análise da qualidade dos ativos dos bancos e do cenário base do teste de esforço (2014-2016) permitem verificar a resiliência dos bancos portugueses abrangidos pelo exercício e demonstram que têm níveis de capitalização adequados».
A avaliação completa incidiu sobre 130 bancos, de 22 países da área do euro e tem como objetivos: fortalecer o balanço dos bancos; reforçar a transparência e a qualidade da informação sobre a situação dos bancos e ainda fortalecer a confiança nas instituições bancárias.
BCP chumba testes - Portugal falha pela primeira vez
O comunicado do Banco de Portugal reforça que, «no cenário adverso do teste de esforço, de improvável ocorrência, o rácio CET1 (Common Equity Tier 1) projetado para o Banco Comercial Português para dezembro de 2016 fica aquém do valor de referência de 5,5%, tendo já a instituição identificado um conjunto de medidas para cobrir integralmente a diferença apurada».
O Banco de Portugal reforça agora que as referidas medidas de correção «serão agora incorporadas no plano de capitalização a apresentar ao Banco Central Europeu tal como previsto no exercício».
O Banco de Portugal salientou ainda que «o cenário adverso do teste de esforço é particularmente gravoso, dado que o ponto de partida do exercício (dezembro de 2013) era muito desfavorável em resultado do desempenho negativo da economia portuguesa no passado recente».
No caso do BCP, o teste de esforço não permitiu «captar a globalidade da trajetória positiva decorrente da implementação do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia», adianta o comunicado.
O presidente do banco, Nuno Amado, reagiu de imediato aos resultados dos testes de stress. O banqueiro explicou que o resultado seria diferente se o exame tivesse sido feito agora.
BPI e CGD mais resilientes
Já os outros dois bancos portugueses analisados e cujos resultados já foram anunciados tiveram nota positiva. O supervisor bancário português salienta que o resultado da avaliação completa ao BPI e CGD «permite concluir pela resiliência» dos bancos em ambos os cenários (cenário base e cenário adverso).
Já os outros dois bancos portugueses analisados e cujos resultados já foram anunciados tiveram nota positiva. O supervisor bancário português salienta que o resultado da avaliação completa ao BPI e CGD «permite concluir pela resiliência» dos bancos em ambos os cenários (cenário base e cenário adverso).
«No cenário base, o rácio CET1 projetado para o banco BPI para dezembro de 2016 é de 14,9%, menos 0,4 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o cenário base do testes de esforço (8%)», nota o comunicado. Quanto ao outro, no cenário adverso, «o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 11,6%, menos 3,7 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o cenário adverso do testes de esforço (5,5%)
Novo Banco avaliado este ano
O Novo Banco vai ser alvo dos testes de stress por parte do BCE até ao final do ano, apurou a «TVI». O balanço inicial da instituição só estará concluído nas próximas duas semanas e os trabalhos de auditoria nas semanas seguintes. E só nessa altura avançarão os testes de stress, que vão apurar eventuais necessidades de reforçar capital.
«Na sequência da medida de resolução aplicada ao BES, foi decidido excluir este banco da presente divulgação de resultados da avaliação completa, dada a impossibilidade de concluir atempadamente o exercício para o Novo Banco», assinalou o Banco de Portugal.