Exportações baixam previsão de crescimento para Portugal - TVI

Exportações baixam previsão de crescimento para Portugal

Bruxelas revê estimativas no boletim intercalar de verão. Mesmo assim país deve crescer mais que média do grupo europeu

Portugal pode crescer afinal 2,2% este ano, abaixo dos 2,3% que Bruxelas estimava anteriormente e que estava em linha com as contas do Governo para este ano. Para 2019, a prisão mantêm-se nos 2%. Os números constam de as previsões económicas intercalares de verão, que contemplam estimativas de evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação em todos os Estados-membros, e que a Comissão Europeia divulgou hoje.

"Sobretudo devido às exportações", diz o documento. Mesmo assim Portugal conseguirá crescer acima da média do grupo, em 2018, já que a nova previsão aponta os 2,1%, tanto para a União Europeia como para a zona euro. Além do que exportamos, as condições do tempo também não ajudaram as atividades da "construção e de serviços nos portos."

Nas anteriores previsões, da primavera, divulgadas em maio, o executivo comunitário previa que o crescimento da economia portuguesa permanecesse “robusto”, após a “forte aceleração” de 2,7% do PIB em 2017, mas abrandasse este ano e no próximo, ao avançar 2,3% e 2%, respetivamente (no caso de 2019 abaixo das expectativas do Governo, que previa um crescimento de 2,3% tanto em 2018 como em 2019).

Agora, sobre o conjunto dos países, o comissário para a Economia a Finanças, Pierre Moscovici, disse que “o crescimento continua resilinte, à medida que as políticas monetárias se adaptam [à recuperação] e o desemprego continua a cair. A revisão em baixa, comparada com a previsão da primavera, reflete o impato na confiança das tensões comerciais em política [leia-se sobretudo EUA versus China], bem como os preços crescentes da energia. A nossa previsão é de expansão, para 2018 e 2019, embora a escalada de medidas protecionistas seja um risco. A guerra comercial não cria vencedores, só vítimas.”

As boas notícias no caso português são, segundo o mesmo do documento, o fato de o sentimento ter melhorado em maio e junho, o que deixa antever o segundo trimestre melhor.

No que toca ao consumo privado as melhorias chegam graças à recuperação do mercado de trabalho - mais poder de compra para as famílias -, mesmo assim refere Bruxelas "tenderá a desacelerar, no segundo semestre de 2018, devido ao abrandamento de a criação de emprego abranda e, em menor grau ao impato do aumento do preço do petróleo nos rendimentos reais."

Uma nota positiva também para o investimento, não só em equipamentos como na construção. Com este segundo caso a poder ambicionar um segundo trimestre mais forte, graças ao crescimento das vendas de cimento que as chuvas do início do ano retraíram.

O cenário ao nível dos preços também se altera. Bruxelas estimou na primavera que abrandassem para 1,2% este ano e recuperasse para 1,6% no próximo, em resultado dos aumentos salariais graduais que devem puxar pelos preços dos bens. Agora a perspetiva é que o Índice de Preços Harmonizado no Consumidor (HICP) atinja os 1,4% em 2018. Para o conjunto da zona euro deve ficar em 1,7% e nos 1,9% na Europa a 28.

O executivo comunitário atualizará hoje as suas previsões relativamente a estes dois indicadores, os únicos contemplados nas previsões intercalares (de inverno, em fevereiro, e do verão, em julho), de acordo com o novo mapa de previsões económicas adotado este ano pela Comissão, que publica previsões macroeconómicas completas na primavera e no outono, para alinhar o seu calendário com o de outras instituições, designadamente Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

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