Processo das sanções foi "extremamente difícil", admite a cara da UE em Portugal - TVI

Processo das sanções foi "extremamente difícil", admite a cara da UE em Portugal

Mário Centeno

Foi em maio que tudo começou. Meio ano de incerteza que teve repercussões políticas várias, incluindo dificultar o trabalho da representação da Comissão Europeia em Portugal

No fim, tudo acabou em bem para Portugal, que se livrou das sanções de Bruxelas também no que toca à suspensão dos fundos europeus, por incumprimento do défice entre 2013 e 2015. Mas foi meio ano de incerteza em torno de um processo que foi "extremamente difícil", admite a representante da Comissão Europeia em Portugal, a portuguesa Sofia Colares Alves.

Numa entrevista à TSF e ao DN, que vai para o ar na próxima sexta-feira, depois das notícias das 15:00, a responsável explica os motivos que a levam a caracterizar o processo dessa forma.

"Foi extremamente difícil de se viver. Extremamente difícil por várias razões: Portugal fez um esforço - e isso foi reconhecido pela Comissão Europeia e, inclusive, pelo presidente Juncker - um esforço enorme durante o programa de ajustamento para controlar as suas contas, o Orçamento e fazer uma consolidação orçamental", começou por dizer.

Todos nós experávamos e queríamos que esse processo se concluísse de forma positiva para Portugal. E também difícil porque é extremamente difícil comunicar sobre a comissão europeia e sobre o projeto europeu em Portugal enquanto esta questão não estivesse resolvida". 

Sofia Colares Alves explicou que as pessoas "não têm a mesma predisposição para ouvir o que se está a fazer em termos estruturais, de desempenho em termos de educação e inclusão social". Era preciso que a questão do procedimento por défice excessivo "estivesse resolvida".

Ficou, mas demorou muito tempo. A ameaça das sanções a Portugal começou a pairar a 11 de maio. O desfecho arrastou-se, o presidente do Eurogrupo disse que eram "claramente uma possibilidade", as decisões foram sendo adiadas, depois lá chegou a multa zero (já só no final de julho), o ministro das Finanças ainda foi ouvido no Parlamento europeu e, finalmente, a decisão que o país queria ouvir também em relação aos fundos europeus: processo cancelado.

Claro que estas linhas resumem por defeito as dezenas de notícias que saíram sobre o assunto, bem como toda a especulação e opiniões associadas.

A notícia que põe um ponto final no dossier chegou acompanhada da luz verde de Bruxelas ao Orçamento do Estado para 2017 e dos números do INE sobre o crescimento do terceiro trimestre - o maior em três anos - que surpreendeu a Comissão e até a oposição nacional. Ainda falta 

Continue a ler esta notícia