CGD emite 500 ME em dívida subordinada com juro de 10,75% - TVI

CGD emite 500 ME em dívida subordinada com juro de 10,75%

  • PP
  • 23 mar 2017, 13:59
Caixa Geral de Depósitos

Em comunicado ao mercado, a CGD dá conta que o lançamento da emissão tinha um intervalo inicial de preço anunciado, entre os 11 e os 11,5%

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) emitiu hoje 500 milhões de euros de dívida perpétua junto de investidores institucionais, a uma taxa de juro de 10,75%, segundo fontes ligadas ao processo citadas pela agência Bloomberg.

Em comunicado ao mercado, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) dá conta que o lançamento da emissão ocorreu hoje, pelas 9:00, tinha um intervalo inicial de preço anunciado, entre os 11 e os 11,5%, e que tinha "em consideração os referenciais recebidos nos contactos com os investidores.

"Estes referenciais foram influenciados pelo facto da CGD não ser um banco cotado, pela ausência de emissões similares por parte de bancos nacionais, dificultando a sua comparabilidade, e sobretudo pelos riscos intrínsecos a este tipo de instrumentos", explicou o banco liderado por Paulo Macedo à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Caixa conseguiu taxa melhor do que Banco Popular de Espanha

Entretanto, o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, já respondeu a críticas sobre o custo da colocação da dívida da CGD afirmando que o banco público conseguiu uma "taxa melhor" do que o Banco Popular de Espanha.

"Foi de facto nos 10,75% mas este valor é inferior aos 12% que o Banco Popular de Espanha, que tem um `rating´ melhor que a CGD, conseguiu, e essa é que é verdadeiramente a comparação que devemos fazer, porque é banco com banco que estamos a comparar, irem ao mercado, através de investidores privados", declarou.

O secretário de Estado, que tomou posse em dezembro e interveio hoje pela primeira vez no Parlamento, respondia ao deputado do CDS-PP João Almeida, no debate de urgência promovido pelo PCP sobre a questão da dívida pública. Passos Coelho também já falou da emissão da dívida.

Álvaro Novo disse que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) conseguiu uma "taxa melhor" do que o Banco Popular, em consequência de beneficiar de um programa aprovado pela Comissão Europeia "sem ser ajuda de Estado" e esse facto "gerou confiança junto dos investidores".

"Temos um caso prático muito claro sobre o que é esta maioria a gerir dívida. O que se passou com a Caixa Geral de Depósitos? Emitiu dívida mais cara, com uma taxa de juro mais alta, do que aquela que foi atribuída ao empréstimo no tempo do governo PSD/CDS. Onde estão os deputados que naquela altura diziam que essa taxa ia pôr em causa o balanço da CGD? Uma taxa de 8,5% ia por em causa o balanço da CGD, o que dizem sobre uma taxa de 10,75%?", tinha questionado o deputado do CDS-PP.

João Almeida perguntou também os deputados do PS, PCP e BE se "agora já não tem problema nenhum" a receita da operação hoje realizada pela CGD "não ir para os contribuintes portugueses e ir para aquilo que chamam `os fundos abutres´.

Em resposta à deputada do BE Mariana Mortágua, o secretário de Estado frisou que percentagem da dívida nas mãos não nacionais caiu de 85% em 2009 para 35% em 2016.

A CGD emitiu hoje 500 milhões de euros de dívida perpétua junto de investidores institucionais, a uma taxa de juro de 10,75%, segundo fontes ligadas ao processo citadas pela agência Bloomberg.

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