Santa Casa deverá entrar no Montepio e Governo gosta da ideia - TVI

Santa Casa deverá entrar no Montepio e Governo gosta da ideia

  • VC
  • 30 mar 2017, 09:21
António Costa e Pedro Santana Lopes

Objetivo passa por conferir mais solidez ao banco e recentrá-lo no apoio à economia social. Ministro do Trabalho vê "com bons olhos" que esta e outras instituições da área social entrem no capital

A Santa Casa da Misericórdia deverá entrar no capital do Montepio. Tanto a dona do banco, a Associação Mutualista, como o Governo gostam da ideia. O objetivo passa por conferir mais solidez ao banco e recentrá-lo no apoio à economia social, o chamado terceiro setor.

Ao Diário de Notícias, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, deu a sua benção a um processo que já estará em curso há algumas semanas. 

 Vejo com bons olhos a associação da Santa Casa da Misericórdia e de outras instituições da área social à Caixa Económica Montepio Geral".

O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, Tomás Correia (ontem constituído arguido na operação Marquês) teve reuniões com o Governo, com o Banco de Portugal e com a Santa Casa, liderada por Santana Lopes. 

Fonte da Santa Casa confirmou essas reuniões, indicando porém que a possibilidade ainda está a ser analisada. As Finanças não quiseram comentar.

A Caixa Económica Montepio Geral divulgou ontem as suas contas de 2016: teve um prejuízo de 86,5 milhões de euros, ainda assim uma melhoria face ao resultado negativo de 243 milhões de euros no ano anterior.

Saíra do banco 443 trabalhadores e foram encerradas 94 agências durante o ano passado. O atual presidente do Montepio, Félix Morgado, deu por concluído o plano de redimensionamento da rede e afastou novos cortes.

O universo Montepio tem estado sob pressão por causa dos problemas na dona do banco, a Associação Mutualista, que registou capitais próprios negativos (ou seja, passivo maior do que ativo) de 107,53 milhões de euros no final de 2015. Logo o presidente da Associação Montepio, Tomás Correia, garantiu que não há risco para os associados, mas admitiu que que essa situação se manteve no final de 2016.

Outro problema é que há produtos vendidos pela Associação Mutualista que se assemelham a produtos de seguros mas que os supervisores entendem que devem apenas poder ser vendidos pelas seguradoras.

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