Programa de Estabilidade: UGT dá "voto de confiança" ao Governo - TVI

Programa de Estabilidade: UGT dá "voto de confiança" ao Governo

Secretário-geral da UGT, Carlos Silva (MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Carlos Silva espera para ver o desempenho da execução orçamental, para perceber se o Executivo tem ou não condições para cumprir os compromissos. Já a CGTP advertiu ontem que o défice não pode ser uma "obsessão"

Um dia depois de apresentado o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas, chega a reação do secretário-geral da UGT: um “voto de confiança” ao Governo, a quem Carlos Silva quer dar tempo para demonstrar, através da execução orçamental, se tem ou não condições para atingir os compromissos que assumiu.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Silva disse que a UGT vai dar o “benefício da dúvida” ao Governo.

“Ainda falta algum tempo para que o governo português tenha condições para demonstrar, através de execução orçamental, se tem ou não condições de atingir, por um lado, os compromissos que tem com os portugueses, ou seja, redução de austeridade, e, simultaneamente, apresentar um programa que venha ao encontro das expectativas da Comissão Europeia e dos compromissos assumidos"

Carlos Silva lembrou que o próprio presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, remeteu para maio um comentário à apresentação do programa.

“A UGT acha que o Governo está a tentar demonstrar aos portugueses que é possível governar com sensibilidade social, naturalmente comprometendo-se no próximo ano a reduzir a despesa pública e, por isso, nós vamos aguardar para ver onde é que o governo vai cortar se é nas gorduras do Estado e se as gorduras do Estado representam ou não, esperemos que não, mais cortes nas pensões ou salários dos trabalhadores da administração pública”, afirmou.

Por isso, o secretário-geral da UGT disse que vai “aguardar e dar um voto de confiança ao Governo no sentido de apresentar o seu programa condicionado ao fator tempo”.

A CGTP, por sua vez, reagiu ainda ontem aos programas apresentados, advertindo que o défice não pode ser uma "obsessão" e os trabalhadores e serviços públicos serem prejudicados. Arménio Carlos fez questão de lembrar o exemplo do passado.

A promessa do Governo - vincada ontem pelo ministro das Finanças - é que não vai haver aumento de IRS, IRC e IVA nos próximos anos -, mas isso não quer dizer que outros impostos não possam aumentar. O Programa de Estabilidade abre a porta a essa possibilidade, com um plano B que passa, também, e primeiro que tudo, pelas cativações.

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