TSU: UGT não percebe Passos e fica mais descansada com Cristas - TVI

TSU: UGT não percebe Passos e fica mais descansada com Cristas

Carlos Silva lembra que, para além do Governo, há mais parceiros sociais e defende que os acordos de concertação social "são para ser respeitados". Lembra também que o Executivo de Passos Coelho reduziu, há poucos anos, a mesma contribuição que agora se pretende baixar

Passavam poucos minutos da aprovação, pelo Presidente da República, do diploma que desce a Taxa Social Única paga pelas empresas quando o líder da UGT, Carlos Silva, foi questionado pelos jornalistas sobre se houve negligência do Governo na condução do processo. Isto porque não conta com o apoio do BE e do PCP, que lhe têm dado suporte no Parlamento, nem com o PSD.

Já sabíamos que Bloco de Esquerda e PCP nunca foram favoráveis à redução. O que nos espantou foi pela primeira vez na história da democracia e nos últimos anos, sobretudo, haver um partido charneira da sociedade portuguesa, com fortissima implementação na UGT e na sociedade portuguesa vir alterar a sua posição habitual".

Já do CDS-PP chegou-lhe a garantia, depois de uma reunião que teve hoje com Assunção Cristas, que o partido mais à direita não porá em causa a concertação social no sentido de voto que terá na apreciação parlamentar da diminuição da TSU para os empregadores.

Tenho uma garantia hoje da presidente do CDS-PP: como sempre fez, isso garantiu, em relação ao passado, valorizará o esforço da concertação e dos parceiros. Não tomará posições que ponham em causa o acordo obtido entre parceiros sociais".

Depois, foi isso mesmo que, de viva voz, foi prometido por Assunção Cristas, uma "posição construtiva e positiva". "Para o CDS é muito importante proteger a concertação social, valorizar a concertação social". A postura do CDS "o CDS não é de ficar de braços cruzados" e, perante o "fortíssimo risco" de o acordo de concertação social não ser cumprido, porque "o Governo não criou as condições para que esse cumprimento acontecesse". 

O líder da UGT sublinhou que "independentemente de se dizer que o acordo foi com o BE" é preciso saber o que está em causa, acima de tudo: "Estamos a falar de que? Dos valores em causa? O Governo tem programa de governo que determina que em 2019 o salário mínimo estará nos 600€". A evolução para esse patamar é "discutida" na concertação.

O que se procurou foi encontrar uma compensação para um conjunto de micro e pequenas médias empresas. Não estamos a falar das grandes empresas. Nós não conseguimos encontrar outra compensação. Não há milagres nestas coisas". 

E o Governo, no meio da polémica? "Não sei se houve negligência do Governo. Estou sentado na concertação social com mais cinco parceiros e o Governo. Os acordos são para ser respeitados". Ninguém se quer "sobrepor" ao Parlamento, mas "a concertação social é uma figura constitucional e tem um conjunto de competências, nomeadamente a relação laboral entre patrões e sindicatos", lembrou ao mesmo tempo.

"É um acordo importante para o país. a UGT é o único parceiro social que sempre assinou todos acordos. Foi o Governo de Passos Coelho que reduziu a TSU em 0,75%", no passado recente, insistiu.

Carlos Silva quis também deixar claro que a UGT não se reuniu com o primeiro-ministro nem com qualquer membro do Governo, ontem, como algumas notícias avançaram. "Só as quatro confederações patronais é que tiveram uma reunião, já agendada". 

 

 

 

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