Pingo Doce: CCP quer taxas reajustadas - TVI

Pingo Doce: CCP quer taxas reajustadas

CCP, João Vieira Lopes

Para que outras empresas não sigam a mesma política que a cadeia de supermercados da Jerónimo Martins

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O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) defende que haja um reajustamento das taxas cobradas pela banca para que a decisão do Pingo Doce - de deixar de aceitar pagamentos com cartão de crédito ou multibanco para compras abaixo de 20 euros - não se «intensifique» no retalho.

«No entender da CCP, a decisão do Pingo Doce é perfeitamente natural. Ou a banca decide fazer um reajustamento das taxas cobradas ao setor do comércio ou, será inevitável que os comerciantes optem por esta via», declarou João Vieira Lopes, no final de uma reunião de concertação social.

Apesar de reconhecer que «em tempos de crise, o valor da taxa venha a intensificar-se», Vieira Lopes entende que esta deverá ser reduzida numa altura em que o comércio já enfrenta grandes dificuldades, cita a Lusa.

As comissões cobradas pela utilização dos terminais de pagamento eletrónico são, há muito, criticadas pelo setor da distribuição e do pequeno comércio. Hoje, a APED revelou que, só nos últimos quatro anos, os seus associados pagaram 318 milhões de euros em taxas de custo de pagamento.

À Agência Financeira, o secretário-geral da DECO, Jorge Morgado, disse que a iniciativa do Pingo Doce é o mesmo que «voltar atrás num quadro que é bom, cómodo e seguro. A utilização do multibanco permite que os consumidores andem com menos dinheiro no bolso, com uma comodidade e segurança inquestionáveis». Assim, vão «obrigar os consumidores a andar de novo com mais dinheiro».

A SIBS, empresa que gere os pagamentos eletrónicos, considera que limitar o uso de pagamentos com cartões afeta o bem-estar e a segurança dos consumidores.

Os fiscalistas dizem que os supermercados não são obrigados a ter multibanco.

Segundo números do Banco Central Europeu, Portugal é o segundo país da Europa onde mais se usam os cartões de crédito e débito nas operações de pagamento.
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