Angola: dívidas a empresas portuguesas baixam «drasticamente» - TVI

Angola: dívidas a empresas portuguesas baixam «drasticamente»

Luanda (foto Reuters)

Companhias angolana «têm feito um esforço enorme para regularizar tudo o que vem do passado»

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A regularização dos pagamentos em atraso de Angola às empresas portuguesas está a ser resolvida e os valores em dívida diminuíram «drasticamente», disse à Lusa o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA).

Sem se comprometer com números, Carlos Bayan Ferreira disse existirem informações, «muito positivas», da parte das autoridades angolanas, «que têm feito um esforço enorme para regularizar tudo o que vem do passado».

«As autoridades angolanas querem resolver isso rapidamente. O ministro Paulo Portas recebeu também essa confirmação», acrescentou, referindo-se à visita que o chefe da diplomacia portuguesa efetuou há dois dias a Luanda, para contactos políticos e participar na inauguração da 29ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA).

«Aquilo que está em atraso diminuiu drasticamente. Drasticamente. O que é um bom sinal. Os números eram grandes, como nós sabemos».

A questão, é de capital importância, para a sobrevivência das empresas portuguesas.

«Aqui há uns anos (as empresas portuguesas) tinham uma almofada para aguentar os atrasos nos pagamentos. Neste momento, as empresas portuguesas estão descapitalizadas, não têm acesso a crédito e qualquer atraso causa logo uma asfixia grande. Por isso é que se sente mais neste momento».

Carlos Bayan Ferreira está otimista que a questão dos pagamentos atrasados se resolva mais rapidamente do que o esperado, dado o atual clima positivo da economia angolana, a crescer e as relações comerciais com Portugal a manterem a tendência de crescimento.

«Penso que há algum desafogo e as empresas portuguesas têm que aproveitar isto, apostando na qualidade dos seus produtos e serviços. Há aqui uma oportunidade».

Importa, continuou, aproveitar o «excelente clima» nas relações bilaterais, muito diferente de quando há 25 anos foi criada a CCIPA, a 23 de julho de 1987.

«A CCIPA foi criada quando as relações Portugal-Angola eram... complicadas. A ideia de criação foi de Angola, da (petrolífera) Sonangol. Havia incompreensões, mas no fundo os empresários estavam interessados no reforço das relações».

Para assinalar a efeméride, a CCIPA aproveita a estada em Luanda do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares português, Miguel Relvas, que chegou quarta-feira para uma visita de trabalho de dois dias.

Nesse sentido, organiza hoje à noite um jantar em que participarão governantes e empresários portugueses e angolanos, fechado à imprensa.

O evento, denominado «Mesa Portugal», é organizado por ocasião da FILDA, que assinala hoje o Dia de Portugal no certame e ocorre numa altura em que as relações económicas e bilaterais «estão em alta», mantendo-se Portugal como o principal fornecedor de Angola com 21,38% do total das importações deste país.

«Os empresários portugueses é que têm feito o trabalho de alavancar todo este processo de aumento das exportações, que tão necessárias são para Portugal, quase como pão para a boca nesta crise que a economia portuguesa está a atravessar».

O presidente da CCIPA destacou ainda o facto de nos primeiros cinco meses do ano, comparativamente ao período homólogo de 2011, as exportações portuguesas terem crescido cerca de 30%.

«Um resultado excecional e com tendência para continuar».
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