Ao mesmo tempo que critica o Governo e pede que apresenta alternativa à redução da Taxa Social Única (TSU) para as empresas, o CDS-PP também apresenta as suas próprias propostas para tentar que o acordo de concertação social consiga chegar a bom porto.
Depois de uma reunião com a Confederação do Turismo, Assunção Cristas disse aos jornalistas que espera, "de facto, seja encontrada outra via", como o Presidente da República apelidou a alternativa ou plano Bque o Executivo socialista terá em mãos para fazer face ao chumbo da descida da TSU que se avizinha no Parlamento, já na quarta-feira.
Creio que o Governo andou muito mal, foi muito irresponsável, muito ligeiro, ao ter-se comprometido com os parceiros sociais, a um acordo que não estava em condições de cumprir, em parte. E isso é grave".
Para além dessa atribuição de culpas, pede que o Governo faça o seu trabalho de casa e procure "alguma forma de mitigar, compensar, aquele dano que causou". "Creio que é lamentável, porque para além de remédios que agora se possam encontrar, isto traduz-se numa fragilização grande da concertação social e esse é um dano que o Governo deveria ter acautelado", insistiu.
Da parte do CDS-PP, há propostas a apresentar e a reunião com a Confederação do Turismo serviu precisamente para explicá-las.
Explicámos as medidas que temos pensadas e que vão ser ultimadas desde manter os descontos de 0,75 na TSU até apoio para as IPSS até rever o Pagamento Especial por Conta que impacta nas empresas mais pequenas, nas micro e pequenas empresas e também retomar a reforma do IRC, baixando a taxa. Isto são formas de compensar os custos que as empresas vão ter".
O Bloco de Esquerda também está disposto a negociar descida do Pagamento Especial por Conta.
As propostas do CDS não estão fechadas e o partido quer ouvir o que os vários parceiros entendam ser relevante para melhorar o acordo.
Cristas fez também questão de repetir que o seu partido "não contribuiu em nada para este problema", mas quer apresentar medidas que, não sendo "perfeitas", podem "ajudar a reequilibrar uma situação que sabemos que vai ser muito difícil, pensando na economia, nas IPSS e nas pequenas e médias empresas". As primeiras, na sua visão, a ressentir-se pela falta de cumprimento do acordo de concertação social.
A também candidata do CDS à Câmara de Lisboa reagiu, por outro lado, ao apoio do centrista Bagão Félix a Fernando Medina, do PS e atual autarca da capital. Cristas mostrou-se confiante, tranquila e motivada "por tantos apoios" recebidos das "mais diversas áreas políticas". E fez questão de lembrar: "Estamos no princípio. É natural que uns vão mais por um lado e outros por outro".