Portas: investimento chinês pode beneficiar PME portuguesas - TVI

Portas: investimento chinês pode beneficiar PME portuguesas

Paulo Portas

Ministro diz que está na hora de sabermos aproveitar estas oportunidades

Relacionados
O ministro português de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, disse hoje que o investimento chinês em Portugal é um «processo potenciador de forte cooperação económica» bilateral suscetível de ser capitalizado também pelas pequenas e médias empresas (PME).

«É hora de sabermos aproveitar o que essas parcerias podem potenciar e o caminho que podem abrir às pequenas e médias empresas portuguesas, competitivas e ambiciosas», disse Paulo Portas na abertura de um seminário económico China-Portugal, em Pequim, citado pela Lusa.

O ministro português referia-se à entrada da China Three Gorges e da State Grid no capital da EDP e da REN, respetivamente, e à parceria no Brasil entre a Sinopec e a Galp.

«Através de parcerias entre as grandes empresas portuguesas e chinesas, as pequenas e médias empresas podem ter acesso a este mercado como fornecedores», afirmou.

«É o que eu chamo o ¿efeito canguru¿: grandes empresas abrem caminho a pequenas e médias empresas», acrescentou.

No último ano, a China Three Gorges pagou ao Estado português 2,7 mil milhões de euros por 21,35% do capital da EDP, tornando-se o maior acionista da eléctrica portuguesa, a State Grid comprou 25% da REN (Redes Energéticas Nacionais) por 287 milhões de euros e a Sinopec investiu 4,8 mil milhões de dólares (3,81 mil milhões) na Petrogal Brasil.

«Foi um facto não frequente na União Europeia e que mostra a diferença de Portugal: três grandes companhias chinesas conquistaram posições em grandes companhias portuguesas, num processo transparente e competitivo, em que ganhou quem apresentar a melhor proposta», referiu Paulo Portas.

«Portugal teve uma posição aberta relativamente ao investimento chinês e sabe que há também uma posição aberta por parte da China em relação às exportações portuguesas», acrescentou.

Antes da abertura do seminário, Portas assistiu à assinatura de um acordo entre um produtor português de vinho (Quinta da Alorna) e um distribuidor chinês e de um protocolo de cooperação entre a AIP (Associação Industrial Portuguesa) e o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional.

O ministro português dirigiu-se a seguir a Zhongnanhai, o Kremlin chinês, onde se encontrou com o «número dois» do Governo da China, o vice-primeiro-ministro executivo, Li Keqiang.

É a primeira visita de um ministro do atual Governo português à China, que se iniciou a 30 de junho e termina a 08 de julho.

China está «a torcer» por nós

Li Keqiang, por seu lado, congratulou-se com os resultados do último Conselho Europeu e enalteceu «os esforços do Governo português para reestruturar as finanças e promover o desenvolvimento económico» de Portugal.

«O último Conselho Europeu alcançou muitos consensos. É uma boa notícia e dá um sinal de confiança. Sendo a China um parceiro estratégico da Europa e o maior parceiro comercial da Europa, nós também ficamos contentes», disse.

Quanto ao esforço do executivo nacional, o líder chinês crê que «terá resultados positivos. Gostaríamos muito que Portugal conseguisse superar as dificuldades e, com os outros países europeus, promover o contínuo desenvolvimento da Europa».

Na mesma linha, Paulo Portas disse que «a China têm a perceção de que Portugal está mais longe do risco e mais perto de ultrapassar a crise».

E continuou: «As autoridades chinesas fizeram questão de sublinhar o apreço e o reconhecimento do esforço de Portugal e dos portugueses para superar uma situação financeira difícil».
Continue a ler esta notícia

Relacionados