Portugal emite títulos de dívida em moeda chinesa - TVI

Portugal emite títulos de dívida em moeda chinesa

  • ALM com Lusa
  • 30 mai 2019, 13:13
Cristina Casalinho 

Emissão realizada pelo IGCP só avançou depois da "luz verde" das autoridades chinesas para emitir títulos de dívida em moeda chinesa – as chamadas ‘Panda Bonds’

Portugal colocou hoje dois mil milhões de renmimbi (260 milhões de euros) em 'Panda Bonds' a três anos com juros anuais de 4,09%, anunciou em comunicado o tesouro português.

Segundo um comunicado divulgado no site da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, a procura dos investidores pelos títulos "foi forte", 3,165 vezes o montante colocado, tendo permitido rever em baixa a taxa de juro para 4,09%.

Em 27 de maio, o IGCP tinha anunciado que iria colocar dois mil milhões de renmimbi (260 milhões de euros) em 'Panda Bonds' a três anos com a taxa de juro a variar entre 3,90% e 4,5%.

Esta operação de 'Panda Bonds' foi a primeira emissão em moeda chinesa de um país da zona euro e a terceira de um país europeu.

Com esta operação Portugal acedeu ao terceiro maior mercado de obrigações do mundo, refere ainda o IGCP.

A emissão realizada pelo IGCP só avançou depois de Portugal ter tido "luz verde" das autoridades chinesas para emitir títulos de dívida em moeda chinesa – as chamadas ‘Panda Bonds’.

Na semana passada, quando confirmou a realização da operação, o secretário de Estado das Finanças afirmou que “o ‘pricing’ só seria fechado no dia da operação, mas antecipa-se que seja superior ao equivalente em euros.

Ricardo Mourinho Félix adiantou que “é o custo de entrada num novo mercado”.

Também a presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, Cristina Casalinho, já disse que a emissão de ‘Panda Bonds’ surgiu como “uma oportunidade” para Portugal continuar a alargar a base de investidores.

Hoje em dia dependemos crucialmente da base de investidores que temos e o que sabemos é que investidores que compram por exemplo em dívida alemã não investem em dívidas com níveis de risco mais elevado. Se a China pode surgir como uma alternativa de continuar no esforço de alargamento da base de investidores, é importante”, afirmou ainda a presidente do IGCP quando, na semana passada foi questionada sobre a operação.

Na ocasião, a presidente do IGCP disse que a operação demorou dois anos a ser negociada e que acredita que, apesar de ter uma taxa de juro associada “significativamente” mais elevada, compensará no longo prazo.

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