“O que ajudou Portugal no Terramoto de 1755 deve ajudar agora: determinação e coragem” - TVI

“O que ajudou Portugal no Terramoto de 1755 deve ajudar agora: determinação e coragem”

  • Pedro Santos Guerreiro
  • 4 nov 2021, 11:11

Christine Lagarde defende resiliência para lidar com as transições energética e digital

“O que ajudou Portugal em 1755 deverá ajudar o país agora”, afirma Christine Lagarde. “E o que foi isso? Foi determinação, coragem, a capacidade de adaptação e de levar a cabo reformas, de forma a ganhar a agilidade para enfrentar, naquela época, o início da revolução industrial que estava para vir”.

A presidente do Banco Central Europeu refere-se ao grande Terramoto de Lisboa, com o qual faz o paralelo para as transformações que Portugal tem pela frente depois do choque da pandemia. O paralelo usado sublinha “a determinação e a energia presentes após o terrível terramoto de 1755, porque penso que existem semelhanças entre essa época e a situação atual”, diz em entrevista exclusiva à TVI.

“Agora, estamos a enfrentar uma revolução energética que tem de acontecer, e estamos a enfrentar uma transformação digital que está a mudar completamente a forma como operamos na nossa vida pessoal, social e também na economia. Acho que essa mesma coragem e resiliência deverá existir agora, tal como aconteceu em 1755.”

O PRR, que canaliza os fundos europeus de recuperação económica, pretende precisamente financiar projetos de transformação energética e digital. Mas serão necessárias mais reformas em Portugal?

Portugal já levou a cabo grandes reformas, depois da grande crise financeira, e sei que foi doloroso, como é normal em todas as reformas, porque mudamos a forma como operamos e isso tem consequências”, responde Lagarde, que sublinha também a necessidade de melhorar os níveis de educação para ganhar competências quanto à digitalização das economias europeias.

“Não estou a sugerir que existe uma só reforma [para Portugal], mas sim que temos de estar constantemente a par dos desafios que se apresentam como, por exemplo, as alterações climáticas, a pandemia que acabámos de enfrentar e a transformação digital que está em curso.”

A presidente do BCE realça que “Portugal só tem a beneficiar com ser membro da União Europeia”, inclusive pelo potencial que ainda existe de crescimento de exportações para esta região.

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