Covid-19: apoios estão "aquém ou muito aquém" para 85% das empresas - TVI

Covid-19: apoios estão "aquém ou muito aquém" para 85% das empresas

  • .
  • HCL
  • 15 fev 2021, 18:23

Inquérito apresentado pela Confederação Empresarial de Portugal abrangeu 519 empresas, a maioria das quais micro e pequenas empresas. Quase 80% das empresas esperam manter empregos mas 15% preveem redução

A grande maioria das empresas (85%) considera que os apoios à economia estão “aquém ou muito aquém” do necessário e 60% não se candidataram às medidas, mostra um inquérito apresentado pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

O inquérito realizado entre os dias 04 e 12 de fevereiro, no âmbito do “Projeto Sinais Vitais”, desenvolvido pela CIP em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, abrangeu 519 empresas, a maioria das quais micro e pequenas empresas.

No início de fevereiro, já em pleno novo confinamento, 85% das empresas responderam que os programas de apoio adotados pelo Governo estão “aquém ou muito aquém” do necessário e 60% dos empresários disseram que, nos últimos três meses, não se candidataram às medidas disponíveis para responder à pandemia.

Segundo explicou o professor do ISCTE, Pedro Esteves, durante a apresentação do estudo, das empresas que não se candidataram aos apoios, 47% não o fizeram “por considerarem que não preenchem as condições de elegibilidade”.

Por sua vez, das 40% que se candidataram, 65% obtiveram 'luz verde', 28% ainda aguardam resposta e 7% viram a candidatura rejeitada.

O vice-presidente da CIP, Óscar Gaspar, realçou que "infelizmente, as empresas constataram que os critérios e as regras de acesso não se ajustavam” e defendeu que a suspensão dos programas Apoiar.pt e Apoiar Restauração “são exemplos do que não devia ter acontecido”.

Há muitos empresários da restauração e da hotelaria” que não conseguiram submeter as candidaturas a tempo aos programas, disse Óscar Gaspar, defendendo que, a par da prorrogação do estado de emergência de 15 em 15 dias, “devia também haver a prorrogação das medidas de apoio com aquilo que é a perceção do aprofundamento da crise”.

O barómetro da CIP mostra ainda que o número de empresas respondentes em pleno funcionamento "baixou de forma significativa" de 85% para 67%, de janeiro para o início de fevereiro, e as empresas fechadas aumentaram de 2% para 9%, tendo igualmente aumentado as empresas parcialmente encerradas de 13% para 24%, indica o barómetro.

O documento revela ainda que em janeiro de 2021, face ao mês homólogo, 66% das empresas mantiveram os prazos de pagamento a fornecedores, mas em 22% os prazos subiram em média 37 dias, enquanto em 12% dos casos houve uma diminuição de 33 dias, em média.

As vendas e prestação de serviços em janeiro afetou todo o tipo de empresas, já que 63% responderam que houve uma queda face ao mês homólogo, com destaque para as microempresas (67% com redução).

Por outro lado, a pandemia provocou também uma abertura para novos clientes, já que 33% das empresas estão a vender a novos clientes, que representam 16,4% das vendas dessas empresas.

Quanto ao estado das encomendas em carteira em fevereiro comparando com o mês homólogo, 44% das empresas registaram uma diminuição, 18% mantiveram e 9% aumentaram, havendo 29% de empresas em que este indicador não se aplica.

As medidas sanitárias para combater a pandemia são consideradas adequadas para 51% das empresas inquiridas.

 

Quase 80% das empresas esperam manter empregos mas 15% preveem redução

Quase 80% das empresas esperam manter os postos de trabalho até ao final de abril, mas 15% prevê uma redução do número de trabalhadores.

Em todas as empresas – grandes, médias, pequenas e micro - existe uma expectativa de manutenção do número de postos de trabalho”, sendo que “nas grandes empresas e nas médias a expectativa de aumento do número de postos de trabalho é superior à média nacional”, conclui o estudo.

De acordo com os resultados, em média, 78% das empresas pretendem manter os postos de trabalho até final de abril, enquanto 15% anteveem uma redução e 7% um aumento de trabalhadores.

As expectativas de vendas das empresas para os primeiros meses de 2021 é, no entanto, negativa face ao mesmo período de 2020, com 53% dos empresários a esperarem uma diminuição e 16% um crescimento.

Continue a ler esta notícia