Indicadores são “preocupantes”, mas empresas serão resilientes - TVI

Indicadores são “preocupantes”, mas empresas serão resilientes

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  • Publicada por ALM
  • 8 jun 2020, 15:30
Presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), António Saraiva

Programa de Estabilização Económica e Social, no qual o Governo estima uma queda do PIB de 6,9% este ano, devido à pandemia, e prevê um crescimento de 4,3% em 2021

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, considerou hoje os indicadores macroeconómicos previstos para este ano “preocupantes”, mas sublinhou que as empresas vão saber superar a crise com “resiliência”, como já fizeram no passado.

“São indicadores preocupantes, sem dúvida, são indicadores que nos fazem refletir a melhor forma de os ultrapassarmos e como também apontam que em 2021 já conseguiremos inverter esta quebra”, disse o presidente da CIP.

António Saraiva falava aos jornalistas à margem da cerimónia de lançamento do Cascais Invest, uma iniciativa de apoio ao tecido empresarial daquele concelho do distrito de Lisboa, na qual participou enquanto presidente do projeto.

No sábado, foi publicado o Programa de Estabilização Económica e Social, no qual o Governo estima uma queda do PIB de 6,9% este ano, devido à pandemia, e prevê um crescimento de 4,3% em 2021.

O Executivo estima ainda uma taxa de desemprego este ano de 9,6% e de 8,7% em 2021. Em 2019, a taxa de desemprego foi de 6,5%.

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“[É preciso] ajudar as empresas a trilhar este caminho, que, sendo difícil, será vencido, como nas crises anteriores, com a determinação, a resiliência que as empresas portuguesas têm até agora sabido demonstrar”, reiterou António Saraiva.

Na opinião do presidente da CIP, é agora tempo de inovar no que diz respeito à captação de investimento estrangeiro, bem como de saber aproveitar os fundos comunitários em investimento nacional.

“Aquilo que teremos de saber fazer é gerar condições para o crescimento da economia, para que empresas com uma envolvente diferente, com menos burocracia, com apoios de outra natureza, com licenciamentos mais facilitados, enfim, diria que com custos de contexto mais facilitados, possamos em conjunto ultrapassar estes indicadores, ultrapassar esta crise e gizarmos estratégias para, num correto aproveitamento dos fundos comunitários, que sabemos agora que vamos receber e em que dimensões, podermos, atrás do investimento público que inevitavelmente terá que ser feito, arrastar investimento privado que as empresas terão que forçosamente fazer para que esses indicadores em 2021 sejam diferentes”, acrescentou.

Convencido de que 2021 será o ano do início da retoma, António Saraiva avisou, no entanto, que o “velho modelo” de desenvolvimento, com mão de obra barata e produtos pouco inovadores, tem de ser deixado para trás.

“Hoje estamos num mundo de inovação, de valor acrescentado, diferenciação dos produtos”, afirmou.

O Programa de Estabilização Económica e Social, aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Ministros e publicado no sábado à noite no Diário da República, vigorará este ano para responder à crise provocada pela pandemia da covid-19.

O Governo vai aprovar na próxima terça-feira a proposta de revisão do Orçamento do Estado de 2020 relacionada com a covid-19 que refletirá o Programa de Estabilização Económica e Social.

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